Monobloco e mais potência   Era o momento de outra reformulação, que chegou para o 300F de 1960. Como toda a linha de carros grandes da Chrysler, adotava um monobloco no lugar da carroceria sobre chassi, o que trouxe boa redução de peso, mas o desenho já não tinha a elegância dos anteriores. Em contrapartida, estava ainda mais potente: com sistema de admissão forçada de ar, o motor 413 da versão Specials chegava à barreira dos 400 cv e ao torque de 64,2 m.kgf. Inédito era o câmbio manual de quatro marchas Pont-a-Mousson, fabricado na França para equipar o Facel-Vega de produção local, que usava motor Chrysler. Equipou, estima-se, só quatro exemplares.

No 300F de 1960 as linhas perdiam elegância, mas o menor peso do monobloco e o motor de 400 cv da versão Specials garantiam notável desempenho

O 300F andava muito bem: mesmo o conversível, mais pesado, acelerava de 0 a 96 km/h em apenas 7,1 s. Permanecia uma versão de 375 cv e três marchas, que, como a outra, usava dois carburadores de corpo quádruplo, escapamento mais livre e comando "bravo". No conversível, a tampa do porta-malas simulava a forma de um estepe. No interior havia quatro bancos individuais, com o console central estendendo-se até a traseira, e um enorme velocímetro em forma de semicírculo, com os demais instrumentos dentro dele. O mercado respondeu com um crescimento de 75% nas vendas.

Já no ano seguinte aparecia um novo estilo: o 300G abandonava o desenho de Exner e exibia uma frente inusitada, com quatro faróis em linha inclinada e formas imponentes; atrás as lanternas deixavam de ocupar os "rabos de peixe". O interior trazia confortos como apoios de braço dianteiro e traseiro, lavador do pára-brisa, relógio elétrico e opcionais como ar-condicionado, ajuste elétrico do banco do motorista e trava elétrica das portas. Ambas as versões de motor — 375 e 400 cv — usavam admissão forçada. O câmbio francês já saía de oferta, dando lugar ao de três marchas da própria Chrysler com reforços. Na versão mais potente vinham ainda pneus 8,00-15, barras de torção dianteiras e molas semi-elíticas traseiras mais firmes.

Os faróis em linha inclinada foram usados em 1961 e 1962, ano deste 300H: a versão perdeu identidade quando a Chrysler ofereceu o Sport 300, mais simples e barato

Em 1962, além da evolução natural para o 300H, a linha ganhava a opção do Sport 300 — sem letra —, disponível como sedã e hardtop, ambos de quatro portas, além de cupê e conversível. Era uma versão de entrada para substituir o Chrysler Windsor, com a plataforma do mais barato modelo Newport, de 3,10 metros de distância entre eixos. Os motores começavam por um de 383 pol³ (6,3 litros) e 305 cv e incluíam o 413 em versões de 340 e 380 cv, a segunda sempre com câmbio automático. Buscava oferecer o estilo da "série letra", mesmo com menor desempenho, a um custo inferior. Continua

Para ler
Chrysler 300 Series: Pedigree, power and performance since 1955 – por Robert Ackerson, editora Veloce Publishing. Bem recente (junho deste ano), o livro conta toda a trajetória da linha, de meio século atrás até o novo 300C e sua versão SRT-8. São 208 páginas e muitas fotos em cores e preto-e-branco, em inglês.

Chrysler 300, 1955-1961 (Classic Motorbooks Photofacts) - por John Gunnell,
editora Motorbooks Intl. Menor, com 78 páginas, e anterior ao retorno do número por meio do 300M — o livro é de 1992 —, compreende apenas a fase da "série letra" com o elogiado desenho de Exner.

Chrysler 300: America's most powerful car – por Robert C. Ackerson, editora Veloce Publishing. Outro do mesmo autor do primeiro livro, com 156 páginas e publicado em 2004.

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