O desenho do mais antigo Porsche, autoria de Erwin Komenda, também denotava forte associação com o VW. As linhas curvas e de uma simplicidade infantil lembravam as de um brinquedo. O conjunto de pára-lamas e faróis facilmente o associava ao Fusca e, junto à traseira em forma de gota, prenunciava o estilo daquele que seria o maior objeto do desejo produzido pela marca, o 911. Embora o Citroën DS é que tenha recebido essa alcunha no Brasil, o estilo dos dois modelos era mais propício a ser chamado de sapo — exatamente pela forma traseira.

Das linhas da frente à verificação do nível de combustível, os primeiros 356 eram bastante próximos do Volkswagen, criado pelo mesmo Ferdinand Porsche

Em vez de ser um demérito, a carroceria inspirada no protótipo Tipo 60K10 para corrida Berlim-Roma (não realizada devido à eclosão da guerra), que o 356 lançou e o 911 aperfeiçoou, resultava num carisma grandioso. Ela tem, sem dúvida, uma das personalidades mais marcantes da história dos automóveis. Não é por acaso que sua receita básica dura até hoje. Na coluna central do cupê vinha o mesmo filete do indicador de direção por seta do Fusca.

Entretanto, o desempenho atraía mais que a beleza das carrocerias cupê e Cabriolet (conversível), agora feitas em aço, não mais em alumínio. O motor da versão de produção tinha crescido um pouco, voltando para os 1.131 cm³ (75 x 64 mm) do Fusca. Era alimentado por dois carburadores Solex 26 VFJ e seus 40 cv a 4.000 rpm compensavam a pequena queda do torque, para 7,4 m.kgf. Ficava mais lento, levando 28 segundos para chegar aos 100 km/h, mas já atingia 140 km/h. Essa foi a maneira que Ferry encontrou de baratear o projeto.
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Em um dos primeiros materiais de divulgação do 356, o destaque à tradição de vanguarda do Professor, incluindo os Mercedes SS/SSK e os "flechas de prata" da Auto Union
As réplicas
O 356 Speedster é um dos carros mais visados pelos fabricantes de réplicas mundo afora. A neozelandesa Platinum Speedster (abaixo), de Auckland, fabrica uma série de kits com carroceria em plástico reforçado com fibra-de-vidro e chassi do Speedster ou o carro pronto. São oferecidas versões com direção na direita ou na esquerda. São vários motores disponíveis: 1.600, 1.641, 1.776, 1.915, 2.005 e 2.275 cm³.

Na Vintage Speedsters, de Hawaiian Gardens, Califórnia, há cópias do 356 Speedster 1957 com opções de motores VW refrigerados a ar, 1,6 e 1,8, e uma longa série de opcionais e acessórios.

É uma configuração semelhante à que o público brasileiro pode adquirir pela Chamonix (saiba mais). Sua réplica do Speedster 356 A pode vir com motor 1,6 ou 1,9, também da VW. A diferença é que o modelo nacional não conta com opcionais, mas seu acabamento condiz com o nome que ele honra. Há também um Speedster 356 R feito apenas para competições.

No início da década de 1980 a Envemo produziu aqui o Super 90, com base na versão de mesmo nome do 356. A mecânica, claro, era VW "a ar".

Para ler
Original Porsche 356 - por Lawrence Meredith, MBI Publishing, 112 pg. Com belas fotos coloridas e nunca publicadas antes, este livro inglês é ideal para os adoradores do carro dividirem sua paixão com visitantes numa mesa da sala de estar. Também é ótima fonte de referências do modelo.

Porsche Speedster: The Evolution of Porsche's Light-Weight Sports Car - 1947 to 1994 - 356 and 911 - por Michel Thiriar, Editora TPR Inc., 220 pg. Para fãs do lendário Speedster, a dica de um livro que cobre a história dessa versão do 356, que renasceu com o 911. De conteúdo bem completo, o livro valoriza mais o primeiro modelo e, além dos carros, traz informações que interessam ao fã, como estatísticas, miniaturas e souvenirs.

Porsche 356 Performance Guide - por Duane Spencer, RPM Auto Books, 208 pg. Este livro ensina como apimentar ainda mais os carros da série, com sugestões de alterações no motor, câmbio e suspensão. Para fãs mais graxeiros do 356.

Buying, Driving, and Enjoying the Porsche 356 (Ownership Series, 1) - por James E. Schrager, RPM Auto Books, 144 pg. Schrager é um fã incondicional de Porsches e tem um celeiro cheio de modelos clássicos da marca. Isso o credencia para apresentar a admiradores e leigos o quanto vale a experiência de dirigir um 356. Ajuda muito os futuros e potenciais proprietários do carro.

Porsche 356, 1948-1965 Photo Álbum - por Wallace A. Wyss, Editora Iconografix, 112 pg. Um ótimo documento fotográfico do carro, traz fotos em preto e branco e um mínimo de texto. Parece um gibi pelo que oferece, mas com a beleza de fotos inéditas que encantam o leitor.

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