Apesar destes predicados, os primeiros modelos tinham problemas de lubrificação, superaquecimento do motor, desgastes de embreagem e caixa de câmbio. Esta, com quatro marchas e toda sincronizada, recebia a opção de overdrive. Os inconvenientes foram sanados com a adoção de maior capacidade de óleo do cárter, embreagem com disco duplo e um radiador de óleo. Também ganhava freios a disco servoassistidos Dunlop. Foram produzidos 1.100 DB4, sendo que 70 eram conversíveis.

O mais famoso carro que o agente 007 já dirigiu: o DB5, uma evolução do estilo do DB4 que marcou época como nenhum outro Aston Martin

Com essas melhorias era lançado em setembro de 1959 o DB4 GT, desenhado por Giorgietto Giugiaro, mais leve (1.270 kg contra 1.345 do original) e potente, com 302 cv a 6.000 rpm, para chegar aos 240 km/h. O motor de 3.670 cm³ ganhava duas velas por cilindro, novos carburadores, taxa de compressão mais alta e dois distribuidores. Usava também carroceria com chapas mais finas, entreeixos 13 centímetros mais curto e seus faróis não eram carenados. Foram produzidos apenas 95.

O carro de 007   Seu sucesso levou ao lançamento de uma evolução, o DB5, em 1963. Foi indiscutivelmente o DB de maior êxito, devido ao destaque na série de filmes do agente 007 (leia boxe abaixo). Tanto que a Aston abandonou as competições — e elas não fizeram falta na fama do carro. Também oferecido nas versões cupê e conversível, a última era simplesmente impecável — e muito rara hoje. A carroceria de ambos estava mais moderna, mas mantinha a identidade da versão anterior. Mediam 4,57 metros de comprimento e o cupê pesava 1.465 kg. Os faróis circulares recebiam uma carenagem e a grade mantinha desenho muito próximo do DB4. Sobre o capô uma entrada de ar, que também faria escola no estilo da casa. Continua

No interior do DB5, a classe britânica: acabamento de primeira linha, ar-condicionado, opção de câmbio automático
Nas telas
O DB5 tornou-se conhecido nos quatro cantos do mundo graças ao agente secreto 007, James Bond, do escritor Ian Fleming. Assim como a vodka Martini batida e a pistola Walther PPK, o automóvel foi considerado como um símbolo do agente inglês. Aliava toda a sofisticação aos acessórios que 007 não dispensava nas aventuras para defender o mundo.

O DB5 prateado estreou em James Bond contra Goldfinger (Goldfinger), de 1964. Era equipado com vidros à prova de balas, duas metralhadoras calibre 30, jatos de óleo e água que esguichavam da traseira, assento esquerdo ejetável e várias placas rotativas, legalizadas para rodar na Inglaterra, Suíça e França. Havia ainda uma chapa à prova de balas que saía verticalmente do porta-malas (foto), protegendo contra ataques, entre outros acessórios pouco ortodoxos. O assento ejetável foi bem útil: mandou para os ares um malfeitor oriental. Era acionado por um botão dentro do pomo da alavanca de câmbio. Um clic e... tchau!

Quem equipava, preparava e testava todos os acessórios bizarros era um senhor conhecido apenas como Q. Sempre apelando para que Bond não destrua seu automóvel. Em vão... O modelo hoje está no Museu Henry Ford, nos EUA.

O DB5 voltou em Thunderball, de 1965, pilotado outra vez por Sean Connery, que estava ao lado da bela Claudine Auger. Em 007 a serviço de sua majestade (On her majesty's secret service), de 1969, está nas mãos de George Lazenby, que — para a felicidade dos fãs da série — só participou uma vez. O carro também brilha em 007 contra GoldenEye (Goldeneye), de 1995, outra vez com Pierce Brosnan. Estrelam também Judi Dench, que faz o papel de M, sua parceira no campo das estratégias e inteligência. O DB5 prata tem um pega com um Ferrari F355 GTS.

Nas mãos de Pierce Brosnan retornou em O amanhã nunca morre (Tomorrow never dies), de 1997. É visto logo no início, em frente à Universidade de Oxford, e depois indo para o quartel-general para a reunião do alto comando da contra-espionagem britânica. O equipamento bélico de primeira qualidade estava lá. Além das metralhadoras escondidas sob as luzes de direção, trazia uma broca que saía do cubo de roda, para perfurar a carroceria de prováveis oponentes ao lado. Rasgou alguns. Sob o banco do passageiro ainda tinha duas poderosas Smith & Wesson e uma pistola automática de bom calibre. Bem preparado para enfrentar os malfeitores.

Na comédia policial Prenda-me se for capaz (Catch me if you can), de 2003, com Leonardo Di Caprio, Tom Hanks, Christopher Walken e Martin Sheen, o Aston fez uma ponta. Um DB5 de 1964 faz parte em algumas cenas de rua no filme, em uma paródia aos filmes de 007.
Nas pistas
Hermano "Nano" da Silva Ramos, filho de um brasileiro e uma francesa, foi o primeiro brasileiro a correr na famosa 24 Horas de Le Mans, com um Aston Martin DB2. Mas não terminou a prova por problemas mecânicos. O mesmo modelo ganhou a Copa dos Alpes em 1954.

A série DB3 desenhada por Eberan von Eberhorst, que viera da Auto Union, foi um modelo exclusivo das pistas. Correu entre 1952 e 1956 e teve sucesso nas mãos de Collins e Griffith, logo no primeiro ano, vencendo em Goodwood. Foi muito combativo em outras provas. Recentemente um exemplar restaurado foi leiloado por 1,22 milhão de euros.

A primeira vitória na corrida de um dia em terras francesas foi em 1959. Nas mãos dos famosos Carroll Shelby (criador do Cobra) e Roy Salvadori, a glória coube a um DBR 1/300, com motor de seis cilindros em linha e 3,0 litros. Em segundo, outro Aston.
Inscrita na categoria GT, a série DB retornou à competições com o modelo esportivo Zagato, que foi vitorioso em sua primeira participação na tradicional corrida inglesa International Trophy, nas mãos de Stirling Moss. Isso contribuiu para as vendas das versões comuns dos cupês 1961 e Zagato.

Em Le Mans, assim como em todas as provas que disputou, seus concorrentes principais eram o Ferrari 250 GTO e o Jaguar E-type Lightweight. Foram produzidos só 19 exemplares e todos eles ainda estão "vivos".

Recentemente, no Le Mans Classic de julho de 2004, os DBs se reuniram para enfrentar outra vez seus "inimigos" de décadas atrás. A turma estava composta pelo DBR1 que venceu a edição de 1959, um DB3 S, vários DB6 e DB5 e alguns Zagatos. A largada foi dada à moda antiga, com os pilotos indo em direção a seus carros estacionados em 45 graus. Simplesmente espetacular.

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