Boa novidade era a caixa PowerFlite, uma automática legítima, embora com duas marchas apenas. Sua sucessora, a Torqueflite de três, seria considerada a melhor do gênero por muito tempo. Por outro lado, a direção assistida que se tornava disponível tirava muito da precisão de respostas. Apesar da variedade, a marca sofreu com a briga de mercado entre Chevrolet e Ford, ambas saturando suas concessionárias de carros e levando-as a praticar tentadores descontos. A prática acabou por prejudicar a Plymouth, que ao final daquele ano caía para a quinta posição entre as marcas americanas (atrás também da Buick e da Oldsmobile), uma vergonha para quem havia sido a terceira desde 1931.

O Forward Look, ou estilo avançado, estreava no Belvedere 1955 e causava sensação: comprimento 25 cm maior, menor altura, faróis e lanternas que sugeriam movimento, pintura ousada

Então vinha a grande novidade para 1955: um estilo todo novo, criado com liberdade por Exner e apropriadamente chamado de Forward Look, ou visual avançado. Embora o entreeixos crescesse pouco, para 2,92 m, o comprimento aumentava em importantes 25 cm, deixando o carro longo, largo e baixo — como exigiam as tendências. Os faróis e lanternas traseiras tinham molduras que criavam a sensação de movimento e, no caso da pintura em dois tons, a divisão entre as cores assumia um formato inusitado nas laterais. No interior, o painel seguia uma distribuição estranha: para manter a simetria entre os lados esquerdo e direito, os mostradores de pressão e temperatura ficavam diante do passageiro! O absurdo seria corrigido logo no ano seguinte.

Outra esquisitice que só durou um ano era a alavanca do câmbio automático montada no painel, não na coluna de direção como usual. Abaixo do ornamento do capô, um símbolo indicava uma aguardada estréia: a do primeiro V8 em um Belvedere. Não era da linha Hemi, mas um bom motor com válvulas nos cabeçotes, disponível em três versões: de 241 pol³ (4,0 litros) e 157 cv, de 260 pol³ (4,3 litros) e 167 cv e este último acrescido de carburador quádruplo e duplo escapamento, para 177 cv. O mais potente não estava nos planos iniciais, mas se fez necessário quando a Chevrolet trouxe, com seu V8, a corrida por potência a este segmento. O seis-cilindros de 3,8 litros passava a 117 cv.

Os exageros tomavam conta do desenho do Plymouth em 1957: quatro faróis com um olhar agressivo, grandes aletas na traseira, grade inferior que lembrava dentes; para a publicidade, "de repente, é 1960"

O modelo 1956 ganhava grandes aletas nos pára-lamas traseiros, onde eram montadas as lanternas verticais. Mas só no ano seguinte toda a carroceria era reformulada, com uma nova fase do Forward Look que o deixava imponente, quase intimidador. Os quatro faróis em posição alta pareciam olhos em expressão agressiva, enquanto os elementos verticais da grade inferior lembravam dentes. A publicidade sugeria modernidade ao dizer que "de repente, é 1960". O motor V8 aumentava para 300 pol³ (4,9 litros) e vinha em duas versões: uma com carburador de corpo duplo, para 215 cv, outra com corpo quádruplo e 235 cv. O seis-cilindros de 3,8 litros chegava a 132 cv. Continua

Nas telas

O Belvedere pode ser visto no cinema em diferentes atuações, de carro de polícia a de competição. O primeiro "trabalho" é desempenhado por um modelo 1965 em Gone in 60 Seconds (o original de 1974, não a refilmagem de 2000, 60 Segundos no Brasil) e por um 1957 em California Kid (1974), na foto à direita. Versões de corrida aparecem em Par ou Ímpar (Odds and evens, 1978), um modelo 1965, e em Speedway (1968), com um carro de 1967 (acima).

Além dessas atuações, vê-se um modelo 1953 no recente Johnny e June - Walk the line (Walk the line, 2005), um 1955 em Prenda-me se for capaz (Catch me if you can, 2002), um 1957 em Longe do paraíso (Far from heaven, 2002) e um 1965 em O agente da UNCLE (The man from UNCLE, 1964-1968).

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