O primeiro Camaro, modelo 1967:
versões cupê e conversível, capô longo, faróis ocultos por tampas no
Rally Sport (a "maravilha mascarada"), motores de seis e oito cilindros.
Logo de cara foi carro-madrinha da 500 Milhas de Indianápolis
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É um
consenso entre os aficionados que a indústria automobilística americana
viveu a sua melhor época em cerca de 20 anos compreendidos entre as
décadas de 1950 e de 1970. Neste período, Chevrolets, Fords e Dodges com
cinco metros de comprimento e duas toneladas de peso eram vendidos como
pão quente. Mas nem todos queriam ou precisavam de carros tão grandes e
pesados. Em pouco tempo, os pequenos europeus começaram a ser vendidos
com sucesso nos Estados Unidos.
A invasão do mercado motivou as quatro grandes corporações da época
(General Motors, Ford, Chrysler e American Motors) a dar prioridade para
esse segmento crescente. Nascia então a primeira geração de "compactos":
Ford Falcon,
Chevrolet Corvair,
Plymouth Valiant e Rambler American eram
as armas americanas para enfrentar os europeus. Com exceção do Corvair,
fizeram muito sucesso e comprovaram que os EUA estavam mesmo dispostos a
adquirir carros mais leves, econômicos, racionais.
Racionais, mas com apelo emotivo. Foi essa a grande sacada de Detroit
quando surgiram os primeiros pony-cars ("carros-pônei"), um
segmento de mercado inaugurado em 1964, quase ao mesmo tempo, por
Plymouth Barracuda e
Ford Mustang. Assim como a
American Motors (que mais tarde apresentaria o
Javelin e o AMX), a GM ainda não tinha
um produto na classe. Suas duas opções de compactos, o Corvair e o Chevy
II, não atendiam às necessidades de um público ávido por esportividade.
Aproveitando o conceito de Lee Iacocca, que fizera do Falcon um Mustang,
o gerente geral da divisão Chevrolet, Elliot "Pete" Estes, retirou da
gaveta o projeto XP 836, um esportivo de quatro lugares que estava em
estudo pela GM desde 1958. Estes encarregou o estilista Henry C. Haga de
definir o estilo do novo carro, enquanto George Angersbach seria o
responsável pelo desenho do interior, utilizando a mesma fórmula de
Corvette, Corvair e Chevy II. A
plataforma era inédita, compartilhada com a segunda geração do Chevy
II/Nova.
Em 29 de setembro de 1966 era apresentado o primeiro
pony-car da GM: o Chevrolet Camaro. Disponível nas versões cupê
hardtop e conversível, tinha a
missão de fazer quase tudo o que um Corvette fazia, mas custando muito
menos. Seu nome não tinha um significado oficial, mas já se falou em uma
gíria francesa para amigo, companheiro. Já o pessoal de vendas da GM
costumava definir a palavra como um pequeno animal que devorava cavalos
mustang... Continua
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