Bravura coroada na TV

Bem-sucedido nas pistas, como carro familiar ou defensor da lei,
o Dodge Coronet encerrou sua carreira como astro da telinha

Texto: Fabrício Samahá e Fabiano Pereira – Fotos: divulgação

Ao contrário da maioria dos "carros musculosos" dos Estados Unidos, que surgiu já durante a fase áurea desses modelos — a década de 1960 —, o Dodge Coronet teve uma geração anterior e outra posterior a esse período. O nome (que significa pequena coroa em inglês) foi usado pela marca, uma divisão da Chrysler, pela primeira vez em 1949. Com estilo todo novo em relação ao Dodge do ano anterior, o Coronet representava o modelo intermediário da empresa.

Era o início da geração de produtos da Chrysler criados pelo celebrado desenhista Virgil Exner e, mais que isso, surgiam os primeiros carros totalmente novos de vários fabricantes projetados após o fim da Segunda Guerra Mundial. O ano de 1949 é considerado até hoje um marco do renascimento de Detroit rumo a seu auge. A renovação dos modelos americanos era quase que geral, os projetos pré-guerra haviam desaparecido de várias marcas menores e tanto a Chrysler quanto a Ford impulsionavam o movimento iniciado parcialmente pelo outro membro das chamadas "três grandes", a General Motors.

Tempos de renovação: em 1949 chegava o primeiro Coronet, com motor de seis cilindros e opção do câmbio automático Gyro-Matic

Desde um ano antes, a Cadillac e a Oldsmobile acompanhavam a modernidade dos Studebakers e Kaisers de 1947, desenvolvidos já nos tempos de paz. A linha 1949 das demais divisões da GM evoluía da mesma forma e os novos Fords faziam tanto sucesso que superaram, com folga, um milhão de unidades e ajudaram a salvar a então deficitária empresa. Já os lançamentos da Chrysler, corporação da qual a Dodge é uma marca, chamavam menos atenção e tinham os mesmos motores de seis e oito cilindros de antes. Eles chegaram tarde, já no meio do ano.

O primeiro Coronet era só um dos níveis de acabamento da linha. Como todos os Dodges daquele ano, era equipado com motor seis-cilindros de 230 pol³ (3,7 litros), potência bruta de 103 cv a 3.600 rpm e torque máximo de 26,2 m.kgf a 1.200 rpm. Trazia o mesmo desenho retilíneo, com pára-lamas bem embutidos, dos demais carros das divisões da Chrysler — moderno na época, mas um tanto insosso se comparado aos carros da Ford e GM. O foco era o conforto. Situado acima do Wayfarer e do Meadowbrook, o Coronet estava disponível nas versões Club Coupé, cupê-conversível, sedã, Town Sedan, limusine para oito passageiros e perua.

Para 1951 surgiam retoques de estilo; a linha Coronet era das mais amplas, oferecendo desde um cupê-conversível até uma limusine de oito lugares

A maior novidade mecânica da linha Dodge 1949 era a chegada da transmissão Gyro-Matic, sistema opcional já utilizado pelas divisões Chrysler e De Soto, mas que ainda fazia uso de um pedal de embreagem. Esta devia ser acionado para o engate da ré e a troca das marchas mais curtas para as de uso normal. Os engenheiros da marca estipulavam que 95% da operação do dia-a-dia do motorista dispensaria o acionamento da embreagem. Ainda assim, ele ganhou fama de vagaroso. O câmbio de série era manual de três marchas. Continua

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Data de publicação: 2/4/05

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