Logo em maio de 1957 o Dauphine era lançado no mercado americano,
por meio da subsidiária local Renault Incorporated e com
distribuição por 900 concessionárias. A previsão inicial, de
vender 25 mil unidades por ano, foi logo superada: em 1959
chegaram aos EUA mais de 90 mil. Versões DeLuxe e Gordini chegaram
pouco depois, assim como o modelo de propulsão elétrica
desenvolvido no próprio país (leia boxe).
Então começaram os
problemas. As concessionárias haviam feito pedidos em excesso e,
passada a euforia inicial, não mais conseguiam vender os carros,
gerando um débito de US$ 23 milhões. Cerca de 45 mil carros passaram a
ser estocados em condições precárias, sob clima quente ou frio
rigoroso, ou mesmo em áreas passiveis de inundação.
A empresa ainda tentou reduzir o preço, ampliar a garantia e
oferecer câmbio automático, mas sem sucesso. Muitos carros foram
levados de volta para a Europa, o restante vendido com grandes
descontos. Em 1966 a Renault
encerrava a venda americana do Dauphine, que nunca se tornou
lucrativa. |
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Além da França e do Brasil,
outros países fizeram esses pequenos Renaults. Na FASA, empresa
espanhola do grupo Renault, a fabricação do Dauphine começou logo
em 1958. Era igual ao francês, salvo pelo sistema elétrico de 12
volts, as inscrições no idioma local nos mostradores do painel e
os freios, que nunca passaram a usar discos. O Dauphine foi feito
no país até 1964; o Gordini, de 1961 a 1967; e o Ondine, de 1962 a
1965.
Pouca gente sabe, mas o
Dauphine foi montado na Itália pela Alfa Romeo. A linha de Milão,
inaugurada em junho de 1959, fazia parte de uma cooperação entre
as marcas de modo a constituir a Renault Itália. Com o mesmo
motor, havia opção entre três e quatro marchas. Curioso é que as
versões Renault e Alfa Romeo disputavam o mesmo mercado italiano,
ficando a francesa com opções de luxo exclusivas, como teto solar,
e acabamento superior.
A IKA, Industrias Kaiser Argentina, firmou em 1959 um contrato de
licença com a Renault. No ano seguinte iniciava a produção do
Dauphine no país, seguido em 1962 pelo Gordini e só em 1969 pelo
esportivo 1093. A carreira dos três modelos era encerrada em 1970
mas, ao contrário do Brasil, os Renaults manteriam importante participação naquele mercado. |
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