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A estréia do V8 Apesar do bom momento, a DeSoto não poderia permanecer no êxito sem seguir uma tendência da época: a dos motores de oito cilindros em "V". A Cadillac, a Chrysler e a Oldsmobile travavam uma "corrida de cavalos" que o consumidor acompanhava com interesse, deixando para trás os tradicionais seis-em-linha. A resposta da divisão vinha em 1952 com o motor Firedome, aplicado a um novo modelo de mesmo nome. O primeiro DeSoto com oito cilindros desde 1931 representava sua linha de luxo, disponível como sedã de quatro portas, perua de cinco (ambos de seis lugares), cupê e conversível.

O motor Hemi V8 de 276 pol³ (4,55 litros), com câmaras de combustão hemisféricas e carburador de corpo duplo, desenvolvia 160 cv e 34 m.kgf e oferecia câmbio manual ou automático. Como comparação, o Oldsmobile Super 88 — que muitos consideram um ícone de desempenho da época — precisava de um V8 de 303 pol³ (5,0 litros), carburador quádruplo e gasolina de maior octanagem para obter a mesma potência. Com peso de 1.720 kg, o Firedome atingia 160 km/h e arrancava de 0 a 96 km/h em 15,5 segundos, cerca de 5 s mais rápido que qualquer oponente.

O modelo de seis cilindros era agora chamado Powermaster. Com 251 pol³ (4,1 litros), oferecia até oito lugares por meio de pequenos bancos adicionais. Também existia uma versão com distância entre eixos alongada (3,54 metros em vez de 3,18 m), muito usada como táxi, e a direção assistida tornava as manobras "tão fáceis quanto discar um telefone", segundo a propaganda.

Em 1953 o pára-brisa bipartido dava lugar a um inteiriço e curvo e a grade era redesenhada. Dois anos mais tarde o Firedome era rebaixado a opção de entrada, pois o Powermaster deixava de existir. A linha de topo passava a ser a Fireflite, com uma carroceria toda nova, longa, larga e muito elegante — "desenhada para amanhã", dizia a publicidade. O motor V8 Hemi crescia para 330 pol³ (5,4 litros), com potência de 230 cv no modelo básico e 255 cv no Fireflite, que vinha com câmbio automático PowerFlite e alavanca no painel. Mesmo com peso de 1.850 kg, seu desempenho superava por larga margem o de carros comparáveis em preço: acelerava de 0 a 100 km/h em cerca de 11 segundos e atingia 170 km/h.

O cupê Adventurer A essa época os americanos estavam entusiasmados pelos cupês hardtop, estilo que tinha no Chevrolet Bel Air seu símbolo e do qual a Chrysler participava com o Plymouth Belvedere. Era a vez de a DeSoto ir mais longe nesse formato com o Adventurer, cujo nome havia aparecido pouco antes em um carro-conceito. Essa versão da linha Fireflite era oferecida apenas com tal carroceria e a combinação de cores branca, preta e dourada (na grade e nas calotas). Bastante amplo, com 5,52 metros de comprimento, vinha bem-equipado: câmbio automático PowerFlite operado por botões, direção e freios assistidos, rádio com duas antenas, controle elétrico dos vidros e bancos, painel revestido. Continua

Para ler

It's delightful! It's delovely! It's... DeSoto automobiles - por Dennis David, editora Iconografix. O entusiasmado título refere-se a um livro a ser lançado em novembro, com 128 páginas em inglês. Os 32 anos da marca são contados e ilustrados com fotos em cores e preto-e-branco, anúncios publicitários e muitas informações.

Chrysler heritage: A photographic history - por Michael W.R. Davis, editora Arcadia Publishing. Também em 128 páginas em inglês, a obra de 2001 aborda a história da corporação, fundada em 1924, e mostra como ocorreu sua expansão, que incluiu a estréia da DeSoto quatro anos mais tarde. São mais de 200 fotos de época.