O V8
Hemi do Adventurer, ampliado a 341 pol³ (5,6 litros) e dotado de duplo escapamento,
desenvolvia 320 cv, ganho de 15 sobre o Fireflite de mesma cilindrada. Era
o bastante para alcançar 230 km/h no circuito oval do campo de provas da
Chrysler. Nenhum dos americanos de proposta similar —
Chevrolet Corvette,
Ford Thunderbird ou Studebaker Golden Hawk —
podia superá-lo em desempenho. Até mesmo dentro da própria Chrysler, ele
oferecia mais equipamentos e potência similar a um preço menor que o do
modelo 300 da principal marca da corporação. Em
seis semanas a DeSoto vendeu sua série limitada de 997 unidades. |
O formato hardtop era um dos charmes do Adventurer, que neste modelo 1957 já contava com versão conversível, grandes aletas na traseira e motor de 345 cv |
Contudo, depois da bonança veio a tempestade. O sucesso da divisão
estava causando conflitos internos na corporação, pois a principal
marca — a Chrysler — não conseguia mais crescer. Abaixo era
pressionada pela DeSoto, e acima, pela sofisticada
Imperial, que havia se tornado uma
divisão própria em 1955 para competir com a Lincoln e a Cadillac.
Dentro da empresa havia até quem defendesse a eliminação do modelo
básico Windsor da Chrysler, que representava dois terços das vendas da
marca. Mas a posição dominante foi a de mantê-lo e garantir a
sobrevivência da divisão Chrysler, ainda que isso pudesse custar a
permanência da DeSoto. |
As lanternas triplas e salientes estavam em toda a linha 1957, até mesmo na nova perua Fireflite |
O V8 do Adventurer, agora com 345 pol³ (5,65 litros) e dois carburadores
de corpo quádruplo, passava a 345 cv —
potência específica de 1 cv bruto por pol³, pela primeira vez em um
motor carburado, pois o Corvette obtinha o mesmo resultado com o V8 de
283 pol³ injetado, no mesmo ano. Outras novidades técnicas, comuns a
outros modelos DeSoto, eram a suspensão dianteira com barras de torção e
o câmbio automático Torqueflite de três marchas, ainda operado por
botões. |
O cupê Fireflite Sportsman exibe a grade adotada em 1958, ano em que o motor Hemi dava lugar ao 5,9-litros de cabeçote em cunha |
Contudo, problemas de qualidade passavam a aparecer por todos os lados, trazendo grave prejuízo à imagem da marca. Melhorias nesse setor já podiam ser notadas na linha 1958, que também ganhava nova grade e um motor V8 maior (de 361 pol³ ou 5,9 litros) com cabeçote em cunha (wedge head) no lugar das câmaras hemisféricas. Mais leve, o propulsor desenvolvia 305 cv no Firedome e levava-o de 0 a 96 km/h em menos de oito segundos. Continua |
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