Um mero par de luzes de direção dianteiras marcaria o modelo 1968, por ordem da nova legislação do governo americano. Estava sob o capô a maior novidade desse ano: o V8 de 429 pol³ e 340 cv dava lugar a um de 472 pol³ (7,75 litros) e 375 cv. Apesar do preço 328 dólares mais alto, o Fleetwood Eldorado de 6.605 dólares vendeu 37% a mais, um total de 24.528 unidades. Em 1969 uma nova grade e faróis sempre visíveis o deixavam mais próximo do estilo de seus irmãos de linha.

Depois do grande motor de 7,75 litros e 375 cv, a linha 1969 perdia os faróis escamoteáveis, o que o deixava mais parecido com os demais "Caddies"

O maior V8 de todos os tempos   O visual se manteve praticamente igual em 1970. Já o motor... Foi nesse ano que a Cadillac introduziu aquele que é considerado o maior V8 já usado em um automóvel de série no mundo: nada menos que 500 pol³ ou 8,2 litros. Esse "monstro" sedento por gasolina gerava 365 cv a 4.400 rpm e um gigantesco torque de 73,8 m.kgf a 2.800 rpm, suficientes para levar as mais de 2,1 toneladas do Eldo a 193 km/h. Possuía diâmetro e curso iguais, de 109,2 mm, e um carburador Rochester de corpo quádruplo. O câmbio permanecia automático de três marchas.

Um novo visual dava ao Eldorado 1971 uma cara de mais maduro. Ele media 5,63 metros, só 2 cm maior que no ano anterior, mas aparentava bem mais. Apesar de uma tomada de ar decorativa depois das portas, as saias dos pára-lamas traseiro e o teto em vinil lhe conferiam um ar aristocrático, nada esportivo. Respiros na tampa do porta-malas davam a entender que o motor era traseiro — uma estranha pista falsa. Entre os opcionais mais interessantes daquele ano estavam controlador de velocidade, teto solar com comando elétrico, toca-fitas e até controle do rádio operado pelo pé do motorista por um botão próximo aos pedais.

O novo estilo para 1971 dava-lhe uma aparência mais madura, ao mesmo tempo em que voltava a versão conversível; o cupê da foto, de 1973, já tinha outras pequenas alterações

Estava pronto o Eldorado para os anos 70, um "carro pessoal" de luxo que experimentaria pela última vez os excessos típicos de Detroit, não mais cabíveis após a primeira crise do petróleo, de 1973. A outra grande novidade era a volta da versão conversível. Quando aberta, a capota de lona ficava realmente embutida entre o interior e o porta-malas, sem diminuir a largura do banco traseiro. A visibilidade era completa, pois a capota quase se nivelava à altura da tampa do porta-malas, algo plausível para um automóvel com suas dimensões. O projeto duraria sem maiores alterações até o fim da década. Já ia longe o tempo de vistosas revisões anuais.

Em 1973 vinham pequenos retoques de estilo na grade, pára-choques, luzes de direção e lanternas. Com a adoção nos EUA da potência líquida, desde o ano anterior, o V8 agora rendia 235 cv, embora eles não representassem queda tão sensível quanto os números sugerem. Com a entrada em vigor de normas de controle das emissões poluentes, a potência baixaria para 210 cv em 1974 e 190 cv no ano seguinte. A linha 1975 inovava com faróis retangulares e uma discreta quebra na linha de cintura após as portas, mais notável no cupê com os novos vidros laterais traseiros.

Depois das perdas de potência com as normas de emissões, o modelo 1976 era anunciado como o último conversível a ser produzido nos EUA, o que provocou uma corrida entre colecionadores

Mas o conversível é que ficaria sob os holofotes em 1976, quando a Cadillac anunciou o fim de um importante capítulo da história do automóvel americano. Num período de baixa procura por modelos abertos, considerados inseguros, o Eldorado era de repente o único carro de Detroit com essa versão. Aproveitando o potencial de marketing da ocasião e cobrando salgados 11.049 dólares, a Cadillac conseguiu vender 14.000 unidades, 5.050 a mais que em 1975. O cupê continuava disponível e, até então alheio à crise do petróleo de 1973, finalmente recebia um motor mais "modesto" em 1977: um V8 de 425 pol³ (7,0 litros) e 180 cv, além de freios a disco nas quatro rodas. O pacote Custom Biarritz oferecia meio-teto em vinil e alguns adereços visuais. O ano seguinte, o último dessa geração, não apresentava mudanças relevantes.

O charme do bom senso   Seguindo uma tendência generalizada nos EUA, o Eldorado 1979 apresentava as menores dimensões em toda sua história. Mantinha-se elegante e discreto, com 2,89 metros entre eixos e 5,18 m de comprimento, mas perdia 540 kg de peso. Parte disso devia-se à substituição do tradicional chassi por uma estrutura monobloco. Retilíneo, outra tendência de estilo da época marcava seu desenho: o vidro traseiro formando um ângulo de quase 90° com a tampa do porta-malas, recurso útil para minimizar as medidas de um três-volumes. Continua

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