No Falcon XB, de 1973, vinham freios a disco nas quatro rodas e algumas mudanças visuais, em um estilo que ainda lembrava o do Mustang

Evan Green, editor de veículos do jornal The Sydney Morning Herald, publicou um artigo com críticas pesadas aos carros esportivos de três marcas — a Ford incluída —, levando o público a protestos e a empresa a abortar o projeto. Ironicamente, Green se tornaria piloto de rali e homem de relações com a imprensa da arqui-rival Holden. Consta que os pneus da versão, os primeiros na Austrália com série 60, foram vendidos a donos do antigo Phase III. A série XB, de 1973, ganhava freios a disco nas quatro rodas e, mais uma vez, frente e lanternas traseiras redesenhadas, em um estilo que ainda lembrava o do Mustang da época. O motor 302 ganhava fabricação local. Essa geração teria fama mundial ao servir de base para a criação do Pursuit Special, da série Mad Max (leia boxe abaixo).

Com o XC, de 1976, o Falcon recebia quatro faróis em algumas versões e pára-choques mais robustos. O GT deixava de existir, mas a Ford não deixaria insatisfeitos os entusiastas: dois anos mais tarde aparecia a versão Cobra (que em inglês significa naja, pois cobra genericamente é snake), a pedido de Edsel Ford II, bisneto do fundador da empresa, Henry Ford, e diretor-assistente da marca na Austrália. Grande fã dos Mustangs Cobra, Edsel sugeriu que os carros fossem fastbacks brancos com faixas longitudinais azuis e uma plaqueta com a numeração de série no interior.

O fim do GT deixou muitos órfãos, mas a Ford os atendia com a série Cobra, em 1978: motores de 4,95 e 5,8 litros, potência de até 217 cv, faixas azuis, produção reduzida

Motores V8 de 4,95 e 5,8 litros, câmbio manual ou automático, bancos esportivos, defletor traseiro, tomadas de ar no capô e rodas especiais de 15 pol compunham o pacote, encerrado pelo logotipo da naja preparada para o bote, um em cada lateral. O primeiro motor entregava 202 cv e 37,3 m.kgf; o segundo, 217 cv e 43,7 m.kgf (agora valores líquidos), ambos com carburador de corpo quádruplo. O mais potente fazia acelerar de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos. As 400 unidades produzidas desapareceram das concessionárias com grande rapidez, mas a Ford manteve a promessa de não reeditar a série, apesar dos insistentes pedidos. Continua

Nas telas
A mais famosa aparição do Falcon australiano no cinema é nos filmes Mad Max, de 1979, e Mad Max 2: The road warrior (Mad Max 2: A caçada continua), de 1981. No primeiro, o personagem principal — Max Rockatansky, um policial representado por Mel Gibson — persegue e mata um motoqueiro, levando sua gangue a matar a mulher, o filho e o melhor amigo do policial. Este então resolve se vingar e sai em perseguição a todo o bando.

Ele dirige o Pursuit Special (acima), um Falcon modificado para lembrar os carros da polícia rodoviária do país. Derivado do cupê GT da geração XB de 1973, o primeiro modelo — negro e de linhas intimidantes — recebeu uma frente em forma cônica, produzida em plástico reforçado com fibra-de-vidro, e um vistoso compressor que saía pelo capô. E que, apenas na ficção, era ligado e desligado conforme

a situação. Dois outros Falcons XB, modelos 1974 em amarelo e azul, eram usados como carros policiais no mesmo filme.

No segundo Mad Max, o policial torna-se um nômade solitário que ajuda uma comunidade a defender uma refinaria de petróleo contra, mais uma vez, uma gangue de motoqueiros. A razão é que, no futuro onde se passa o filme, uma guerra acabou com os campos petrolíferos do Oriente Médio, tornando a gasolina um bem precioso.

Para o novo filme o Pursuit Special (acima) foi modificado, ganhando maior vão livre do solo na parte dianteira — necessário nos novos locais que percorre — e grandes tanques de combustível na traseira. Uma segunda unidade foi feita e usada em várias das cenas. O Pursuit original está hoje no Cars of the Stars Motor Museum, na Inglaterra.

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