Estilo europeu   Certa inspiração no Granada da Ford européia (e semelhança com o Del Rey brasileiro, que viria dois anos mais tarde) podia ser notada na geração XD, lançada em 1979 — a primeira inteiramente nova desenvolvida toda na Austrália. Líder do segmento, a Holden substituíra no ano anterior o grande Kingswood/Premier pelo mais compacto Commodore, o que abria caminho para o Falcon conquistar novos compradores com suas dimensões generosas. Pára-choques e tanque de combustível em material plástico contribuíam para a redução de peso, uma das marcas do carro.

O Falcon mudava por inteiro na geração XD, de 1979: linhas retas inspiradas nas do Granada europeu, pára-choques plásticos, grande redução de peso

No entanto, a segunda crise do petróleo deflagrada naquele ano pressionava os fabricantes a reduzir o consumo de combustível, o que levou à eliminação dos motores V8 na série XE, em 1982, identificada pelo prolongamento do capô sobre a grade, uma tendência da época. Estreavam os seis-cilindros com injeção eletrônica, bem mais econômicos e com potência até superior, embora de menor torque. Na suspensão traseira, outra mudança: molas helicoidais em vez de feixes de molas semi-elíticas, para um rodar mais macio e silencioso. Dois anos depois, o Falcon XF evoluía com a central eletrônica integrada de injeção e ignição e vinha com pequenas alterações estéticas.

Embora o fim dos clássicos V8 tenha decepcionado muitos adeptos dos grandes motores, pode-se dizer que a Ford escolheu o mais razoável entre três caminhos. Os outros dois eram uma versão de quatro portas do Scorpio, um Ford europeu de cinco portas, e uma variação com maior entreeixos do Mazda 626, de tração dianteira. Se tais hipóteses trariam um avanço tecnológico ao principal modelo da Ford australiana, por outro lado teriam efeitos negativos: no primeiro caso, uma redução de tamanho; no segundo, acabar com uma de suas características mais apreciadas até hoje, a tração traseira.

Em 1982 a Ford suprimia os motores V8 em nome da economia de combustível, o que não a impediu de assumir a liderança da categoria; ao lado o modelo XF de 1984

Foi uma estratégia bem-sucedida: passado o período mais crítico da crise do petróleo, em 1982, as vendas começaram a subir, enquanto as do Commodore não reagiam. A Ford acabaria por liderar o segmento, até 1997, e também o mercado de táxis, para o qual o amplo espaço para três pessoas no banco traseiro (ou mesmo no dianteiro, se inteiriço) era muito importante. E, até que a Holden tivesse um novo Statesman em 1989, o Falcon seria o preferido das frotas governamentais.

O V8 de volta   Uma nova geração, EA, chegava em 1988 com linhas mais arredondadas, que lembravam um pouco as do Scorpio, mas permanecia essencialmente um carro australiano em sua mecânica. Apenas sedã e perua estavam disponíveis, pois os utilitários mantinham-se na série anterior, XF. Os motores eram novos e mais eficientes, com seis cilindros e comando de válvulas no cabeçote: um 3,2-litros de 122 cv e um 4,0 de 189 cv. Câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro marchas com controle eletrônico, nova suspensão dianteira e direção assistida com relação variável também estavam entre as evoluções do EA, que media 4,81 m e tinha entreeixos de 2,79 m. Continua

Na polícia
Assim como ocorre nos EUA com o Crown Victoria, na Austrália os grandes sedãs da Ford têm nas polícias um importante mercado. Entre as modificações para esse uso estão suspensão mais firme, diferencial autobloqueante, sistema elétrico reforçado (para instalação de equipamentos de serviço) e um velocímetro mais preciso, de modo a servir de orientação sobre o eventual excesso de velocidade dos demais veículos. O motor de seis cilindros é o mais usado nas versões policiais, mas alguns estados preferem a versão turbo ou um V8, especialmente em carros que podem servir a perseguições. Na foto um Falcon da geração EF, de 1994.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade