Em novembro um pequeno comboio deixava a fábrica de Zwickau em direção ao famoso circuito de Nürburgring. Seria o primeiro teste em pista do protótipo. De acordo com lendas que permeiam a história do carro, um pequeno acidente com o trailer que o levava causou avarias que atrasaram o teste em uma semana. Seguindo a bateria de testes, um exemplar foi enviado para o circuito de Monza, na Itália, pois as condições climáticas nos arredores de Berlim impediam as avaliações. Nesse circuito o segundo protótipo atingiu a marca de 252 km/h. Mais uma vez, Ferdinand Porsche alcançava seu objetivo. |
Passado e presente: um Type C da década de 1930 seguido por um R8, o Audi de corrida dos tempos modernos, que já venceu cinco vezes a 24 Horas de Le Mans |
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Após
mais alguns testes, o Auto Union Type A estava pronto. O motor de 16
cilindros em "V" e 4,3 litros de cilindrada carregava conceitos
inovadores de engenharia. O motor utilizava materiais leves nas camisas
dos cilindros e nos cabeçotes, era alimentado por um carburador Solex de
corpo duplo e sobrealimentado por um compressor mecânico, com pressão
máxima de 0,6 bar. Isso tudo fazia com que a potência saltasse para 295
cv a 4.500 rpm, com um fabuloso torque de 54 m.kgf a 2.700 rpm, que
favorecia a aceleração e a retomada. |
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O pioneiro Type A, com motor V16 de 4,3 litros e 295 cv: testes promissores em 1934 e o domínio dos Grandes Prêmios no ano seguinte |
A
carroceria trazia um desenho bastante aerodinâmico, em forma de charuto,
como nos aviões de caça da Luftwafe, e era confeccionada em materiais
leves. O Type A parecia ser construído ao inverso dos demais carros de
corrida, pois tinha frente curta e traseira longa, o que o fazia destoar
dos concorrentes. Já o chassi tubular era muito leve e resistente, capaz
de suportar altas pressões e manter o carro estável. Porsche era um
gênio em questões dinâmicas e sabia muito bem resolver problemas de
equilíbrio e distribuição de massas, tanto que dividiu o tanque de
combustível em duas partes, com capacidade total de nada menos que 210
litros. |
Concorrência: o Mercedes-Benz W25, com um V8 de 354 cv, foi um dos maiores rivais dos Auto Unions nas pistas |
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Os rivais Mas a Auto Union não estava sozinha no desenvolvimento de um supercarro. Assim com ela, Mercedes, Alfa Romeo e outros fabricantes também corriam contra o relógio para criar ou aperfeiçoar suas máquinas, a tempo de inscrevê-las no campeonato de 1934. Desde o início de 1933, a Mercedes havia chamado engenheiros de peso para desenvolver um novo modelo, substituto do SSKL, e se adequar às novas regras. Daí surgiu o W25, que traria uma grande dor de cabeça para Auto Union, Maserati, Bugatti e Alfa. Vinha equipado com um V8 de 3,3 litros, montado à frente, que desenvolvia espantosos 354 cv a 5.800 rpm. Tanto o W25 quanto o Type A mantinham a cor prateada do alumínio da carroceria, por isso recebendo o apelido de Silberpfeile em alemão ou Silver Arrow em inglês (Flecha de Prata). Continua |
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