Prólogo   Foi em abril de 1954 que o Giulietta Sprint fez sua primeira aparição nos jardins dos escritórios de Portello, sede da empresa, ao lado de um casal de atores no papel dos clássicos personagens de William Shakespeare, Romeo Montecchio e Giulietta Capuleto. O apelo do primeiro carro pequeno (e com motor menor que 1,5 litro) da Alfa estava garantido desde o início. A estréia do Giulietta mereceu aplausos. Ele logo ganharia o apelido de “a namorada italiana”, por causa da peça, e foi assim batizado em alusão a uma das duas histórias que ajudaram a enriquecer sua lenda — e talvez as duas versões se apliquem.

Do escudo da grade à traseira em declínio, com aletas nos pára-lamas, um Alfa pequeno e muito bonito

A primeira versão da origem do nome atribui a uma sugestão feita pela sra. De Cousandier, esposa do poeta Leonardo Sinisgalli. A segunda, mais detalhada, diz respeito a uma noite em 1950, quando alguns diretores da Alfa Romeo foram a uma boate em Paris por ocasião do lançamento do Alfa 1900. Um príncipe russo entretinha a platéia com histórias e poemas. Quando reconheceu o grupo, aproximou-se para cumprimentá-los e perguntou: “vocês são oito Romeus sem sequer uma Julieta?”. Quatro anos depois, a marca lançava esse grande clássico.

As dimensões do Giulietta Sprint podiam ser reduzidas, mas a carroceria criada por Bertone era atraente como os melhores ancestrais da família Alfa Romeo. Apesar dos meros 3,98 metros de comprimento, tinha uma frente pronunciada onde estavam as linhas mais marcantes, traços que se vê nos atuais modelos da marca. No centro ficava a bela grade em forma de gota invertida ou, como muitos preferem, coração. De cada lado dela estava uma grade lateral triangular, de cantos bem arredondados, e uma luz de direção na extremidade externa. Acima destas, Bertone colocou os faróis circulares como elementos independentes.

O desenho de Bertone combinava adereços apreciados pelos americanos a elementos típicos da marca, em um comprimento de menos de quatro metros

Visto de três quartos (frente e lateral), dava a impressão de ser um cupê de três volumes. Mas, ao se observar um dos lados ou a traseira, percebia-se que Bertone criou um fastback aerodinâmico e que apenas a linha de cintura mantinha-se reta, formando uma espécie de barbatana, estilo em voga na América. A tampa do porta-malas seguia a inclinação do vidro traseiro. Sim, é difícil discordar: a “namoradinha italiana” era una bella macchina.

A Itália caminhava a largos passos rumo a sua primeira explosão de consumo, em um processo de modernização econômica e social. Seus novos carros refletiam esse momento. No rastro do sucesso do 1900, logo em seguida o 36º Salão de Turim voltaria a apresentar o cupê ágil e de bom desempenho, com a expectativa de recepção calorosa digna de uma estrela do cinema. Mas uma surpresa se mesclaria com o entusiasmo no estande da Alfa Romeo.
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Em escala
A linha Giulietta ainda merece uma homenagem à sua altura dos fabricantes de miniaturas. Nenhuma destas opções vem em escala 1:18, tamanho em que se pode observar bem melhor os detalhes de um carro tão encantador.

Azul claro é uma cor mais rara para um Giulietta Sprint, o que torna esse modelo 1:43 da Minichamps, acima, ainda mais interessante.

As sofisticadas miniaturas da Tecnomodel celebram membros da nata dos carros de competição da Itália. O Giulietta SZ 1960 em escala 1:43 é um bom exemplo. Vem com temática das pistas, a Palermo Monte Pellegrino e a Circuito di Modena.

A Bang faz o SV e o SZ (em 1:43) em versões limpas e decoradas para corrida, como os SV que ganharam o Tour de Corse em 1957 e 1960. Há também uma versão do Sprint para polícia (acima) da mesma marca.

A International Auto Parts trabalha com autopeças da Alfa Romeo, Fiat e Lancia, mas encontrou tempo de ainda oferecer miniaturas em escala 1:42 do Giulietta Sprint 1954, do 1959 e do SZ 1960, entre outros carros italianos contemporâneos.

O Giulietta Berlina não ficou de fora do cardápio dos fabricantes de miniaturas. A Ixo lembrou-se do modelo de quatro portas e realizou em vermelho um modelo 1956, acima. Apesar do tamanho 1:43, tem bons detalhes.

O site alemão Modell-ovp tem um Spider em 1:43, acima, para os fãs do Giulietta mais adequado para se aproveitar a dolce vitta da época do modelo. A cor é vermelha, como em boa parte dos Alfas clássicos.

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