A estréia nas ruas   No Salão de Genebra do ano seguinte, 1964, era revelada a versão final do primeiro Lamborghini: o 350 GT, sem o "V". A Touring havia assumido as tarefas de redesenhar o carro e construir as carrocerias. O resultado dividiu opiniões: apesar de mais equilibrado que o GTV em seu conjunto, o GT estava longe de ser expoente em beleza. Como no carro-conceito, o longo capô e a cabine recuada eram as tônicas de seu estilo, mas os faróis escamoteáveis haviam dado lugar a unidades fixas, ovaladas, que conferiam um ar estranho à frente.

No 350 GT os faróis escamoteáveis davam lugar a comuns, ovalados: ainda sem ser bonito, o estilo ficava mais equilibrado em seu conjunto

A Touring usou nele sua construção patenteada SuperLeggera (superleve), em que o chassi tubular de aço era vestido por uma carroceria com pequenos tubos de aço e painéis de alumínio. Mesmo amplo (4,64 metros de comprimento) e dotado de um grande motor, o GT pesava apenas 1.050 kg. O entreeixos estava 10 cm maior, 2,55 metros. As rodas eram belos modelos raiados da Borrani e havia um só limpador de pára-brisa.

Para que o V12 coubesse abaixo do capô, uma das providências foi trocar os carburadores Weber de fluxo vertical pelos horizontais — seis deles, Weber 40 DCOE2 de corpo duplo. O motor tinha bloco e cabeçotes de alumínio, duplo comando de válvulas e alta taxa de compressão, 9,5:1. Com 3.464 cm³, desenvolvia potência máxima de 280 cv a 6.500 rpm e torque de 33,1 m.kgf a 4.500 rpm. A perda expressiva de 80 cv em relação ao GTV era resultado de uma ordem de Ferruccio, que preferiu ganhar em durabilidade e força em baixas rotações.

O conceito Superleggera de construção deixava-o muito leve: apenas 1.050 kg, apesar dos 12 cilindros do motor de 3,5 litros, que havia sido amansado de 360 para 280 cv

Mesmo assim, o carro acelerava de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos e atingia 250 km/h — para os padrões da época, simplesmente espantoso. Quem desejasse mais podia solicitar o motor Veloce (veloz), com 320 cv a 7.000 rpm. Quem o dirigiu elogiou seu conforto de rodagem e a forma suave como entregava tanta potência. A revista americana Car and Driver não poupou elogios: "É bem mais fácil de dirigir que um Ferrari, e o melhor, parece fazer curvas, frear e acelerar tão bem quanto nosso último Ferrari testado". Era tudo o que Ferruccio queria ler. Continua

O paradeiro
E o que foi feito do GTV, o carro-conceito que deu origem à série? Depois de 20 anos abandonado, ele passou às mãos do colecionador Romano Bernardoni, de Bolonha, que o restaurou e chegou a instalar o motor que antes não cabia – para tanto, foram necessárias alterações no chassi. Pintado de verde (o tom original era azul) com interior revestido de couro claro, o carro deveria ter seguido para o museu da Lamborghini, mas acabou sendo adquirido por um colecionador do Japão. Tempos depois a marca conseguiu recomprá-lo, podendo então exibir esse importante pedaço de sua história no próprio museu, ao lado do último Countach e de um dos primeiros produzidos.
Em escala
A alemã Minichamps, especialista na escala 1:43, oferece várias opções dos cupês de Ferruccio. O 350 GT de 1964 vem em azul ou preto, e o 400 GT (abaixo), em azul, cinza ou alaranjado. São bastante fiéis e detalhados, apesar do tamanho reduzido.

Também cuidadosos no acabamento, e produzidos na mesma escala, são os modelos da LookSmart. Além do 400 GT de 2+2 lugares em azul metálico, acima, a empresa oferece o raro modelo conceitual 350 GTS conversível, na cor preta.

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