O 400 GT 2+2 teve de ficar 65 mm mais alto, o que beneficiou também o espaço para cabeça nos bancos dianteiros, e teve o porta-malas ampliado e o vidro de trás diminuído, o que resultou em um aspecto bem diferente das versões anteriores. Já o entreeixos e o comprimento não eram alterados. Outras novidades eram a construção sempre em aço, os quatro faróis circulares como padrão e um só tanque de combustível, para nada menos que 87 litros.

O 400 GT adotava quatro faróis circulares e motor de 4,0 litros e 320 cv, mas não ficava mais rápido, graças ao peso da carroceria de aço

Câmbio e diferencial agora eram fabricados pela própria Lamborghini. Além de trazer marcha à ré sincronizada, um requinte técnico, a nova caixa tinha engates bem mais suaves e operação mais silenciosa que a antiga ZF. Bem mais pesado (1.250 kg), o carro apenas mantinha a aceleração do 350 GT, de 0 a 100 em 6,8 segundos, mas ficava ainda mais veloz: 270 km/h. Havia uma única relação de diferencial disponível.

Testado por Car and Driver contra o Ferrari 275 GTB-4, o Maserati Ghibli e o Aston Martin DBS, em 1967, o 400 GT 2+2 demonstrou boas condições de competir. Era o mais potente e o menos caro dos quatro, o segundo mais rápido em aceleração — perdendo para... o Ferrari — e o segundo também em frenagem, atrás do Maserati. E agradava pelo conforto: "Não importa o quão rápido andássemos, o interior praticamente não tinha ruído. O motor faz apenas um zumbido, como o de uma turbina, e não há som de escapamento perceptível". A revista comentava também seu rodar macio, embora a direção fosse menos precisa que a dos demais.

Para dar espaço a dois lugares de emergência, o teto do 400 GT foi alongado e ficou mais alto, o que afetou a suavidade das linhas

A série GT foi descontinuada em 1967, pouco depois que a Touring encerrou suas atividades. Apenas 224 unidades do 2+2 foram feitas — ainda assim, bem mais que as 120 do modelo inicial, 350 GT —, e as últimas, construídas por ex-funcionários da Touring. Seu chassi acabou aproveitado em outro 2+2 da marca, o Islero, de linhas mais simples. Apesar de quase esquecidos pelos entusiastas, que em geral preferem os exóticos Miura e Countach, esses GTs são a imagem viva dos sonhos de Ferruccio Lamborghini, impulsionados por uma rivalidade que lhe fez muito bem.

Ficha técnica
_ 350 GT (1964) 400 GT 2+2 (1966)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal, 12 em V a 60º
Comando e válvulas por cilindro duplo nos cabeçotes, 2
Diâmetro e curso 77 x 62 mm 82 x 62 mm
Cilindrada 3.464 cm3 3.929 cm3
Taxa de compressão 9,5:1
Potência máxima 280 cv a 6.500 rpm 320 cv a 6.500 rpm
Torque máximo 33,1 m.kgf a 4.500 rpm 38,2 m.kgf a 4.500 rpm
Alimentação 6 carburadores de corpo duplo
CÂMBIO
Marchas e tração 5, traseira
FREIOS
Dianteiros e traseiros a disco
SUSPENSÃO
Dianteira e traseira independentes, braços sobrepostos
RODAS
Pneus 205-15 210 VR 15
DIMENSÕES
Comprimento e entreeixos 4,64 m / 2,55 m
Peso 1.050 kg 1.250 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 250 km/h 270 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 6,8 s

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