Essa discrição se explicava: mesmo nos países desenvolvidos, a elite evitava a ostentação em um tempo de crise do petróleo — uma em 1973, a segunda em 1979. Não era bem-visto rodar com um carro suntuoso e chamativo em um tempo de preservação de recursos energéticos, em particular o "ouro negro". E, além de conforto e segurança (testes de impacto incluíam colisões oblíquas a 55 km/h), o novo Classe S deveria proporcionar menor consumo de combustível, algo que se tornara importante naquela década.

Pára-choques envolventes e menos cromados marcavam o estilo do W126, de um tempo em que a sobriedade era mais desejada por seu público que a ostentação

Para economizar 10% em média, a Mercedes diminuiu o peso com materiais mais leves (como plástico e alumínio), melhorou a aerodinâmica através de testes em túnel de vento (o Cx ficou em 0,36, recorde na época) e aumentou a eficiência dos motores. Embora as versões de 3,5 e 4,5 litros passassem a 3,8 e 5,0 litros, a marca entendia que, por seu desempenho final, eles poderiam substituir os antigos 4,5 e 6,9, na ordem, o que representaria uma redução na cilindrada.

Havia de início sete versões: 280 S (com seis cilindros, 2,8 litros, carburador e 156 cv), 280 SE e SEL (versão a injeção de 185 cv), 380 SE e SEL (V8 com 3,8 litros, injeção e 218 cv) e 500 SE e SEL (V8 de 5,0 litros com injeção e 240 cv). As SEL, de entreeixos longo, mediam 140 mm a mais, todos destinados ao conforto de quem se sentava atrás. Em 1981 oferecia freios com sistema antitravamento (ABS), opcional.

Cada vez mais luxuoso, o Classe S ganhava computador de bordo, bolsas infláveis, recursos elétricos -- sem falar na privilegiada visão da estrela espetada no capô

Outras inovações apareciam em detalhes como o limpador de pára-brisa, cujas palhetas ficavam mais próximas entre si do que o usual, para ampla área de varredura — um arranjo que seria seguido em 1993 pelo Porsche 911 da série 993. Ou o painel superior que, junto aos comandos elétricos do teto solar e as luzes de cortesia, exibia um alerta para atar cintos típico de aviões. Continua

Para ler
Mercedes S & 600 - 1965-1972 - Editora Brooklands - A geração W108/W109, que inclui a limusine 600, tem sua história contada neste livro. Vem também com testes, fichas técnicas, competições, em 100 páginas e mais de 200 ilustrações.

Mercedes-Benz W126, W140 & W220 - Editora Unique - As três gerações mais recentes do Classe S constam da obra, com testes e especificações.

Road & Track on Mercedes 1963-1970 -
Editora Brooklands - A coletânea de artigos da famosa revista americana cobre os modelos 600, 300 SE, 250 e 300 SEL, 280 SE e o lendário 300 SEL 6.3, além de outras linhas da marca. Tem 96 páginas e 182 ilustrações.
Road & Track on Mercedes 1971-1979 - Editora Brooklands - A edição seguinte da série abrange a geração W116 do Classe S, com as versões 280 SEL e 4.5, 450 SE e SEL, 450 SEL 6.9, 300 D, SD e TD. São 96 páginas com 178 ilustrações.

Mercedes S Class - 1972-1979 - Editora Brooklands - Outra obra que cobre a mesma época, da série W116. Inclui 25 artigos com testes, apresentações, fichas técnicas, comparações, análise de veículos usados, opiniões de proprietários e guias de compra. As 100 páginas têm 200 ilustrações.

Mercedes-Benz Saloons: The Classic Models of the 1960s and 1970s - por Laurence Meredith - Editora Airlife Publishing - Os modelos Classe S não poderiam faltar em um livro dedicado aos sedãs Mercedes dessas duas décadas. Tem 175 páginas e é dos mais recentes (foi publicado no ano passado).

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