No interior, bancos revestidos de couro ou tecido, um painel bem-equipado e o grande volante branco ou de madeira, que se inclinava para facilitar o acesso

Devido ao difícil acesso aos bancos, por causa da alta base das portas, o volante se inclinava para baixo, ficando quase horizontal, para facilitar a entrada do motorista. Para o passageiro bastava "escorregar". O volante poderia ser branco de dois raios ou com acabamento de madeira e raios metálicos. O painel, muito bonito com seu fundo metálico, tinha conta-giros, velocímetro graduado até 270 km/h e mais quatro mostradores. No centro havia um belo relógio. E o acabamento era competente.

A alavanca do câmbio de quatro marchas, fina e com pomo branco, ficava bem posicionada. Os bancos individuais, de desenho esportivo, podiam receber acabamento em couro ou tecido. Na parte de trás da cabine havia espaço para um belo conjunto de malas, que ficavam amarradas por correias, um dos poucos opcionais. No porta-malas ia o estepe deitado e havia espaço, razoável para um esportivo, para bagagens de pequenas dimensões. O tanque de combustível ficava abaixo deste compartimento.

Lado a lado, o carismático 300 SL das "asas de gaivota" e o modelo conversível, que na versão 190 SL usava um motor de quatro cilindros e 1,9 litro

O motor de seis cilindros em linha e 2.996 cm³, já com o comando de válvulas no cabeçote, era derivado daquele usado no luxuoso 300 "Adenauer". Podia ter potência de 240 ou 265 cv, dependendo da taxa de compressão (8,5:1 ou 9:1), e torque a partir de 40 m.kgf. Inclinado para a esquerda, para permitir um capô mais baixo, foi o primeiro motor em carro de série com injeção direta de combustível, ainda mecânica, da marca Bosch, que permitiu ganhar até 40 cv em relação à versão de corrida com carburadores. A velocidade máxima girava em torno de 235 km/h, conforme a transmissão utilizada e a taxa de compressão, e fazia de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos. Ótimos números para a época.

Considerado o primeiro supercarro construído em série, o 300 SL não era um automóvel perfeito: sua suspensão traseira independente com semi-eixos oscilantes (saiba mais sobre este e outros sistemas) deixava a estabilidade delicada, pois a cambagem variava durante sua atuação. Dizia-se que em velocidade não era um modelo para iniciantes: requeria conhecimentos de pilotagem. Para andar forte o piloto tinha de conhecer a curva e o carro muito bem, por causa do comportamento arisco. Além disso, seus freios a tambor, da marca Afin, não eram suficientes para seu desempenho e, para o sofrimento dos ocupantes, a cabine era muito quente e barulhenta.

O chassi do tipo treliça, muito leve, foi a razão para o Gull Wing ter as portas que abriam para cima, mas no roadster foi possível fazer sua base mais baixa

Esta bela obra de Stuttgart foi produzida até 1958, em um total de 1.858 exemplares, que hoje valem uma pequena fortuna. Faziam-lhe frente o inglês Jaguar XK 120/140/150 e o Ferrari 250 GT Berlinetta. De 1957 em diante a Mercedes ofereceu apenas um modelo de carroceria conversível, roadster. Apresentado também em Nova York, em 1954, só no ano seguinte entrara em produção. Também disponível com capota rígida desmontável, tinha uma versão de competição feita sob encomenda, denominada Touren Sportwagen, que era bem mais leve e teve produção restrita a pouquíssimos exemplares. Continua

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