Possuía quatro marchas, todas sincronizadas, e era a primeira vez em que a alavanca ficava sobre o assoalho. Chegava a 130 km/h e, com um peso contido de 865 kg na versão de quatro portas, acelerava com agilidade. Também inédita em um Ford médio era a tração dianteira. Estava nos planos da Ford enviar esse modelo para fazer concorrência ao Fusca nos Estados Unidos, mas os planos foram arquivados. O antigo motor de 1,5 litro continuava em produção na versão 12 M TS. Pouco mais veloz, chegava a 135 km/h.

O modelo 1960 perdia o estilo americano em favor de um desenho mais discreto, além de adotar o característico motor de quatro cilindros em "V" e tração dianteira

Também com nova carroceria estava a linha 17 M. Conhecida como série P3, suas linhas modernas eram arredondadas e denotavam alguma preocupação com a aerodinâmica. O pára-brisa bem inclinado, a frente e a traseira muito parecidas tinham parentesco com os produtos da matriz americana. O que chamava mais atenção eram os faróis com formato oval, que logo lhe renderam o apelido de Ovo de Colônia. Os pára-choques cromados vinham incorporados à carroceria e até a perua estava harmoniosa.

Em 1963 nascia uma interessante versão conversível do cupê. Infelizmente, também nestas versões estava o motor antigo de 1.698 cm³ e 60 cv a 4.250 rpm, com o qual chegava a 135 km/h. Até o ano seguinte foram produzidos 665 mil exemplares deste modelo, que fez sucesso em toda a Europa. Era robusto, prático e tinha uma ótima gama de versões.

Frente e traseira parecidas, com formas retas, distinguiam o Taunus 1965 (aqui na versão 17 M), primeiro ano da oferta do motor de seis cilindros

Ganhando porte   Baseada no modelo anterior, em 1965 era lançada uma nova linha. Frente e traseira não estavam tanto inclinadas, os faróis ovais haviam cedido espaço a um grupo ótico mais ortodoxo e as linhas estavam bem agradáveis. Os sedãs continuavam com duas e quatro portas; grande e bem-vinda novidade era a perua com cinco portas, mas a de três continuava em produção. O comprimento era de 4,63 metros e o peso de 1.040 kg: o Taunus havia crescido e engordado.

Quanto à motorização, pouca coisa mudava: boa notícia era a opção do motor de seis cilindros em "V" na versão 20 M TS, com 1.998 cm³ e potência de 100 cv a 5.300 rpm. Usava um carburador de corpo duplo e podia receber tanto a caixa manual, de três ou quatro marchas, quanto uma automática. A velocidade máxima era de 165 km/h e de 0 a 100 km/h levava 14 segundos, desempenho muito satisfatório.
Continua

No Brasil
No início da década de 1970 a Ford encomendou uma clínica, pesquisa de opinião, para definir o melhor caminho em sua intenção de combater o sucesso do Opala no segmento de sedãs médios. Colocou em um mesmo ambiente, diante de pessoas selecionadas, quatro carros sem identificações: um Corcel, um Opala, um Ford Maverick americano e um Taunus alemão.

Respondidos os questionários, os convidados mostraram a proposta vencedora: o Taunus. No entanto, a Ford percebeu que teria problemas para produzi-lo aqui. Um deles era não ter ainda à disposição um motor de quatro cilindros que lhe servisse bem, já que o modesto 1,4-litro do Corcel não seria adequado.
O 2,3-litros feito em Taubaté, SP só chegaria ao mercado em 1975 e a empresa tinha pressa. Havia também a pressão por aproveitar componentes do velho Aero-Willys, como forma de reduzir custos. Assim, contrariando a preferência do público, a direção da empresa forçou a decisão em favor do Maverick, lançado aqui em 1973.

O resultado é conhecido: o carro vendeu pouco, não representou obstáculo à consagração do Opala e saiu de linha depois de apenas seis anos. Se a opção popular pelo Taunus tivesse sido respeitada, tudo talvez fosse bem diferente.

Fabrício Samahá

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