No início da década de 1970 a
Ford encomendou uma clínica, pesquisa de opinião, para definir o
melhor caminho em sua intenção de combater o sucesso do Opala no
segmento de sedãs médios. Colocou em um mesmo ambiente, diante de
pessoas selecionadas, quatro carros sem identificações: um Corcel,
um Opala, um Ford Maverick americano e um Taunus alemão.
Respondidos os questionários, os convidados mostraram a proposta
vencedora: o Taunus. No entanto, a Ford percebeu que teria
problemas para produzi-lo aqui. Um deles era não ter ainda à
disposição um motor de quatro cilindros que lhe servisse bem, já
que o modesto 1,4-litro do Corcel não seria adequado. |
O 2,3-litros feito em
Taubaté, SP só chegaria ao mercado em 1975 e a empresa tinha
pressa. Havia também a pressão por aproveitar componentes do velho
Aero-Willys, como forma de reduzir custos. Assim, contrariando a
preferência do público, a direção da empresa forçou a decisão em
favor do Maverick, lançado
aqui em 1973.
O resultado é conhecido: o carro vendeu pouco, não representou
obstáculo à consagração do Opala e saiu de linha depois de apenas
seis anos. Se a opção popular pelo Taunus tivesse sido respeitada,
tudo talvez fosse bem diferente.
Fabrício Samahá |