Embora elevasse o preço do Topolino em 10%, o teto rebatível de lona era solicitado pela maioria dos compradores

Embora o preço final de 8.900 liras tenha ficado longe do objetivo de 5.000, correspondia a pouco mais que o rendimento médio anual de um operário especializado de grande indústria. Com isso, quem nem pensava em comprar um carro novo agora podia se candidatar a um Topolino. Ainda em 1936 o pequeno Fiat ganhava sua primeira derivação: o furgoncino ou pequeno furgão, com um volume adicional na traseira e capacidade para 300 kg de carga, motorista incluído. No final da década a concorrência contava com o francês Renault Juvaquatre, o Volkswagen, o inglês Austin Seven e, em segmento pouco superior, o britânico Ford Anglia e a primeira geração do alemão Opel Kadett.

A evolução   Interrompida em 1940 pela Segunda Guerra Mundial, depois de cerca de 122 mil unidades, a produção de ambos os modelos era retomada em 1946 sem novidades. Agora a Fiat precisava atualizar seu projeto. Em junho de 1948, após 21 mil exemplares desde o relançamento, aparecia o 500 B. O motor ganhava válvulas no cabeçote (que passava a ser de ferro fundido, porém) e passava a 16,5 cv, elevando a máxima para 95 km/h e reduzindo o consumo. Interior, nível de ruído, suspensão (agora com amortecedores telescópicos) e freios eram aprimorados, mas a aparência mantinha-se igual.

A versão furgão carregava até 300 kg, motorista incluído; a série 500 B chegava em 1948 com interior mais confortável e motor 3,5 cv mais potente

Além do sedã e do furgão, havia a perua de quatro lugares Giardiniera (jardineira), com a estrutura das portas e das laterais em madeira, como habitual na época nesse tipo de veículo. Apesar das evoluções, o Topolino estava ultrapassado diante dos novos carros do pós-guerra. A francesa Simca, que o produzia sob licença (leia boxe abaixo), precisava de algo mais moderno para enfrentar o Renault 4CV, o Morris Minor e o Citroën 2CV e partiu para um redesenho, que acabou aprovado e adotado pela própria Fiat. Assim, já em março de 1949 o 500 passava à série C. Continua

Para ler
Fiat 500 Topolino (Le Auto Classiche) - por Marco Bossi, editora Giorgio Nada. Em italiano, traz em 144 páginas uma detalhada história do "ratinho", informações sobre cores e acabamentos, materiais da época e uma entrevista com Dante Giacosa. Foi publicado em 1989.

Fiat Road Test Book - Fiat 500 Gold Portfolio - 1936-72 - por R. M. Clarke, editora Brooklands. Este livro de 1994 é parte de uma conhecida série que reúne testes e artigos sobre
diferentes modelos. O período compreende o Topolino e seu sucessor, o novo 500, lançado em 1957. Em inglês.

Topolino Fuoriserie -
por Alessandro Sannia. O pequeno Fiat deu origem a tantos modelos com carrocerias especiais, alguns que o deixavam irreconhecível, que foi possível fazer um livro de 48 páginas apenas com essas versões — mais de uma centena delas, produzidas por cerca de 55 empresas. Em italiano.
Sob licença
O licenciamento de produção de seus modelos foi, durante décadas, uma rentável atividade para a Fiat. No caso do Topolino, a francesa Simca, a alemã NSU e a austríaca Steyr fabricaram versões próprias nos respectivos países.

O Simca 5 foi lançado em 1936 e teve a produção reiniciada em 1946, com linhas e mecânica iguais às do 500 A, salvo pelos diferentes pára-choques. Dois anos depois, junto da mudança de nome para Simca 6 (acima), era feita uma remodelação de estilo que a própria Fiat acabaria adotando em 1949. O modelo francês tinha algumas diferenças, porém, como o tanque de combustível na traseira e a posição do estepe. Sem grande sucesso, já em 1950 a Simca deixava de produzi-lo.

A NSU fez a série 500 A e depois a C, com modelos sedã e Giardinera, até 1954.

Em 1938 criou o 500 A Spider (acima), com linhas agradáveis, pára-brisa bipartido e recortes nas laterais que dispensavam as portas. Embora não tenha sido feito pela Fiat na Itália, o conversível inspirou a empresa Siata a produzir carroceria semelhante.

Na Polônia, a Polski-Fiat fez o Topolino inicial e providenciou uma solução para maior espaço de bagagem: um acréscimo na traseira, um tanto quadrado, que maculava as linhas simpáticas do carrinho. Na Áustria, a Steyr começou a fabricação da série 500 C em 1952 e levou-a até 1955, tendo oferecido o sedã e a perua.

O pequeno italiano também teve uma versão britânica, vendida com volante à direita pela Fiat England. Em 1939 a filial mostrava um interessante 500 A de quatro lugares, com a traseira alongada e mais vertical.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade