O projeto de North foi selecionado e, apesar dos esforços da Oldsmobile e do chefe de estilo da corporação, Bill Mitchell, não houve como usar um chassi de menor porte como o projetista pretendia. Ele acabou com 5,36 metros de comprimento e 3,02 m de distância entre eixos. Suas linhas eram imponentes, com grandes balanços, a cabine recuada e perfil fastback. Os massivos pára-choques estavam bem integrados ao estilo, que recorria a faróis escamoteáveis e longas lanternas traseiras.

O perfil do teto não ajudava no espaço do banco traseiro, mas o Toronado podia levar seis pessoas

As grandes dimensões e o assoalho plano traziam espaço e conforto aos até seis ocupantes dos dois bancos inteiriços do Toronado, mas o perfil do teto prejudicava as acomodações atrás. As duas portas eram tão grandes, para fácil acesso ao banco traseiro, que a Olds chegava a oferecer maçanetas internas em sua parte posterior. Por outro lado, apesar da traseira em declínio, o porta-malas oferecia bom espaço. O estepe estava em posição incomum: vertical e transversal, acompanhando a inclinação do encosto posterior, já que não havia abaixo desse espaço um volumoso diferencial, como em qualquer carro de motor dianteiro e tração traseira.

Havia críticas ao acabamento simples e aos itens de série: o banco dianteiro só possuía o ajuste longitudinal e o controle elétrico dos vidros, comum em carros americanos de luxo, era opcional. Outros itens oferecidos eram ajuste elétrico do banco, volante com regulagens de altura e profundidade, encostos de cabeça, ar-condicionado, rádio AM/FM com antena elétrica, controlador de velocidade e vidro traseiro térmico.

O modelo 1968: frente imponente com grade bipartida, motor de 7,45 litros e a versão GT, com potência elevada a 400 cv e câmbio mais rápido

Mas a novidade foi bem recebida pela imprensa. A revista Motor Trend o elegeu Carro do Ano, destacando que "nunca, nos 14 anos deste prêmio, a escolha foi tão óbvia e unânime". Outra, a Car Life, deu-lhe o Prêmio por Excelência em Engenharia, explicando ser um carro adequado a quem "deseja um transporte de primeira classe, algo que não seja igual a todos os outros carros nas ruas — algo novo. Essa pessoa pode ser um amante de aventuras que seja gordo demais para um Porsche, não pequeno o bastante para um Jaguar, nem tão renda-média para um Mustang, nem tão bon vivant para um Pontiac Bonneville conversível".

O Toronado vendeu bem em seu primeiro ano, com quase 41 mil unidades em 1966, marco que não voltaria a se repetir até 1971. Além dos freios a disco, recebia no ano seguinte retoques visuais, como grade em estilo "caixa de ovos" e a opção de teto revestido em vinil. Em 1968 vinham uma remodelação frontal, com imponente grade bipartida, e um motor de 455 pol³ (7,45 litros), 375 cv e 70,5 m.kgf. Mudavam detalhes do interior e a suspensão ficava mais macia, mas quem preferisse a anterior poderia tê-la como opcional.
Continua

Nas telas

Na série de TV americana Mannix, do final dos anos 60, um Toronado 1968 extensamente modificado (acima) era o carro do protagonista, Joe Mannix. George Barris, famoso por transformações de veículos para as telas, fez do Olds um conversível, retirou o banco traseiro e pôs no lugar uma cobertura de lona, sob a qual ficavam os equipamentos que Joe usava no combate ao crime. Rádio de ondas curtas, telefone e uma arma ficavam no console

central. Sem o pára-choque original, a frente lembrava a do modelo 1970.

Outro Toronado modificado para as telas foi o de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (acima), filme de 1978. Um modelo 1968 tornou-se um enorme conversível com três eixos. Aparições secundárias desse Oldsmobile podem ser vistas em Night Fright (1967), Tigress (1977) e The Rock (1996).

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade