Embora pequeno, com apenas 3,89 metros de comprimento e 2,26 m entre eixos, o Griffith oferecia bom espaço interno. Também tinha boa distribuição de peso e ótimo comportamento dinâmico, já que o motor era quase central. O novo TVR mantinha sua excelência em dirigibilidade, mesmo com um pesado propulsor. Seu interior era bastante requintado, com abundância de couro nos bancos, painéis e console. Os instrumentos estavam posicionados à frente do motorista; teclas de comando e até mesmo o rádio foram colocados para que as mãos não se deslocassem muito do volante.

Inspirado no estilo e no nome do modelo clássico, o novo Griffith 500 entregava 340 cv com o motor Rover V8 de 5,0 litros

O motor era fornecido pela Rover, um grande V8 de 5,0 litros com comando de válvulas no bloco. Apesar da construção ultrapassada, já que a arquitetura de comando no cabeçote e quatro válvulas por cilindro era comum nos esportivos mundo afora — até no Corvette ZR-1 —, era capaz de gerar 340 cv a 5.500 rpm. Essa potência fazia com que o Griffith atingisse a máxima de 253 km/h e acelerasse de 0 a 100 km/h em apenas 4,6 segundos. O torque do pequeno roadster alcançava 48 m.kgf a 3.700 rpm, muita força com pouco esforço. O câmbio era de cinco marchas, e a tração, traseira.

Toda a sofisticação de seu desenho, somado à potência oferecida pelo V8 e o conforto do interior, fizeram com que marca elevasse seu status de fabricante de carros espartanos para um construtor de carros exclusivos. O Griffith se tornou um dos principais produtos da marca e responsável pela maior parte de sua receita, sendo produzido até 2002.

A boa fase dos desenhistas da TVR prosseguia com o Chimaera, que oferecia um conforto pouco usual na marca

Retrô   Se o Griffith havia impressionado pela elegância de linhas, o Chimaera tinha um desenho de encher os olhos. Apresentado em 1993, fazia parte da nova geração de carros esporte da marca. O estilo remetia aos grandes conversíveis da década de 1950, com faróis circulares, grande capô e um generoso porta-malas. Pode até parecer sacrilégio e retirar os créditos de seus projetistas, mas visto lateralmente o Chimaera lembra o Dodge Viper conceitual, revelado em 1989. De acordo com o fabricante, o  carro foi todo desenvolvido sem ajuda de computadores, resultado de 10 anos de pesquisas.

Valeu a pena, pois por todos os ângulos notava-se o cuidado com a estética. A grade frontal possuía uma divisão, mantida nas luzes de direção, e o conjunto ótico guardava o estilo da Série M. As lanternas traziam um desenho sofisticado, com luzes circulares, também presentes nos modelos futuros da marca. Por dentro, permanecia o nível de qualidade do modelo anterior, com muito couro e apliques de madeira. Os TVRs estavam se tornando carros de luxo e não meros esportivos artesanais.

Mesmo com um V8 menos potente, de 4,0 litros e 235 cv, o conversível acelerava muito bem: de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos

Seu espaço interno era mais generoso que o do Griffith, embora com a mesma distância entre eixos, e proporcionava boa ergonomia, ao contrário de muitos esportivos. O único incômodo acompanhava todos os modelos da marca: devido ao formato do chassi, o túnel central era bastante alto, o que roubava o espaço do braço direito — ou esquerdo, no caso da versão para o mercado inglês. O painel seguia a tendência do irmão mais velho, inclinado para o motorista, mas a disposição dos marcadores fora redesenhada, com conta-giros e velocímetro ao centro e mostradores auxiliares à direita (ou esquerda). A alavanca de câmbio, com pomo em alumínio polido, se mantinha bem próxima do volante.

Debaixo do grande capô se escondia o V8 de 4,0 litros, também fornecido pela Rover, que desenvolvia 235 cv a 5.500 rpm. Era uma versão mais comportada e acessível do utilizado no Griffith (que também passaria a ser oferecido com ele em 1997), mas ainda oferecia excelente desempenho. A velocidade máxima era de 230 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos.
Continua

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