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O atraente conjunto do Z24, que incluía exagerados pneus 215/60-14, podia ser adquirido como sedã duas-portas ou hatch e com câmbio manual ou automático

O conversível e o sedã Z24 ganhavam aspecto mais atualizado para 1988, com as mudanças de estilo extensivas a toda a linha Cavalier

O quatro-portas com pacote esportivo RS, disponível para qualquer carroceria, e os modelos perua e duas-portas: formas modernizadas

O Camaro do povo A versão Z24 chegou com força total em 1986. A sigla fazia lembrar a Z28 do Camaro, mas com a indicação do número de cilindros. Para acompanhar o incremento de potência, o estilo ficava mais esportivo: saias laterais, opção de pintura em dois tons e pneus Goodyear Eagle GT na medida 215/60-14 em rodas de cinco raios. O acabamento era oferecido nas versões sedã duas-portas e hatch e os carros só podiam receber o câmbio manual de quatro marchas ou o automático de três. De fato, esse Cavalier buscava a imagem de "Camaro popular".

Novidade também era o pacote RS. Substituto do Type 10, estava disponível em todas as carrocerias. Vinha com acabamento preto e vermelho, rodas e suspensão esportivas, direção assistida e novo desenho do painel. O motor básico era o de 2,0 litros e o câmbio podia ser manual de quatro ou cinco marchas ou automático. O ano de 1987 marcou o aparecimento de novo câmbio manual Getrag de cinco marchas e melhoria nos motores quatro-cilindros e V6. Ambos recebiam cabeçote e pistões mais leves; a primeira opção agora desenvolvia 91 cv, enquanto o seis-cilindros tinha entre 126 e 132 cv (esta potência no Z24). O pacote Z24 já podia ser aplicado ao conversível.

O estilo do Cavalier ainda era basicamente o mesmo do lançamento em 1982. Por isso a GM realizou mudanças no modelo 1988. O hatch saía de linha — os americanos nunca apreciaram muito esse formato, tão bem-sucedido na Europa. Os outros modelos recebiam frente mais elegante, com faróis longos e baixos e luzes de direção que avançavam pela lateral. O pára-choque agora era envolvente e contava com uma discreta e bonita saia. Capô e pára-lamas também mudavam, assim como a lateral, mais lisa e com uma discreta elevação na linha de cintura no duas-portas e no conversível.

As lanternas traseiras vinham mais altas e longas, ocupando todo o painel e deixando espaço suficiente apenas para a placa. As colunas estavam mais finas e a área dos vidros ficou maior. O ar de modernidade também chegava ao interior. A coluna de direção agora era deformável, para mais segurança em colisões, e os cintos traseiros eram de três pontos. As versões de duas portas ganharam apoio de braço no banco de trás e o Z24 recebeu amortecedores pressurizados.

Agora eram três as versões de acabamento: VL (para os sedãs e a perua), RS (apenas sedãs) e Z24 (duas-portas e conversível). Esta última recebia painel analógico de série, mas o digital estava disponível para ela e a RS. O Z24, com seu motor V6, enfrentava a concorrência do Acura Integra, do Volkswagen (Golf) GTI 16V e do Toyota Corolla FX16, todos com motores menores de quatro cilindros e 16 válvulas. Essa unidade da GM perdia 5 cv, mas agora também estava disponível para a perua. Curiosamente, as vendas do Cavalier foram na contramão da expectativa: caíram de 346 mil para 323 mil unidades, colocando-o na quarta posição em vendas nos EUA. Continua

Nas telas

Quase sempre como coadjuvante, é possível ver o Cavalier em ação em filmes e seriados, seja como carro de polícia, como o que aparece em Sociedade do Crime (Silent Partner, 2005), ou como aquele desconhecido envolvido em perseguições. Na série Oz (Oz, 1997-2003), uma das mais violentas, assistidas e aclamadas tramas da TV dos EUA, aparece um Cavalier de primeira geração. Um sedã cinza pode ser visto na comédia Todo Mundo em Pânico 4 (Scarymovie 4, 2006), sátira aos filmes clássicos de terror e seus clichês.

Um raro Cavalier hatch aparece em F/X (1986). Dirigido por Robert Mandel, o longa conta a história de um especialista de efeitos especiais do cinema que é sondado pelo FBI para forjar a morte de um gângster. Outro sedã de 1984 aparece na comédia Uma Fazenda do Barulho (Funny Farm, 1988). Cansados da vida estressante na cidade, Andy (Chevy Chase) e Elizabeth (Madolyn Smith Osborne) compram uma fazenda em Vermont, mas não imaginam as confusões que apareceriam pela frente.

Um conversível pode ser visto no filme Piranha (1995). Um cientista faz experiências genéticas nas temíveis piranhas. Um cupê azul aparece em Dogma (1999), polêmico longa que esmiúça os tabus da igreja católica. Na cena o Cavalier tem uma pane na estrada. Outros podem ser vistos nos seriados Melrose (Melrose Place, 1992-1999), Gilmore Girls (2000-2008) e Família Soprano (The Sopranos, 1999-2007), além dos filmes Sabrina (1995), Resident Evil: Apocalypse (2004) e o drama Filadélfia (Philadelphia, 1993).

Para encerrar, um modelo da última geração aparece durante as perseguições alucinantes de Máquina Mortífera 4 (Lethal Weapon 4, 1998), aventura com Mel Gibson e Danny Glover encarando uma perigosa gangue chinesa.

Nas pistas

Emoção em poucos segundos: assim é o ambiente das provas de arrancadas com os chamados dragsters. E o Cavalier serviu de inspiração a uma versão bastante interessante para as provas da tradicional National Hot Rod Association, a NHRA. De Cavalier mesmo o carro levava pouca coisa: além do nome, tinha por base o motor Ecotec de 2,0 litros da linha. E só. Retrabalhado, fornecia 1.000 cv e 89,8 m.kgf de torque! O modelo, que apareceu pela primeira vez no SEMA Show, recebeu turbocompressor e resfriador de ar para extrair tanta potência, que era jogada no asfalto pelos pneus... dianteiros! O câmbio, manual de seis marchas, era do tipo seqüencial e o combustível era o metanol.

Com chassi tubular, o Cavalier especial possuía suspensão dianteira com triplo ajuste da marca Penske e traseira independente. Os discos de freio eram de fibra de carbono, assim como a carroceria, e havia também gaiola interna de proteção ao piloto, juntamente com bancos especiais com cinto de seis pontos e suporte para pescoço e cabeça. A segurança era finalizada com um sistema de corte de fogo. Com esses predicados, o Cavalier de arrancada venceu sete de dez provas da categoria de carros com tração dianteira. Com sua saída de produção, o cetro e a coroa foram passados ao Cobalt tempos depois.