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Potente, mas sem sofisticação técnica, o Viper usava chassi tubular de aço e um imenso motor com comando de válvulas no bloco -- e 405 cv!

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"Um dos veículos mais excitantes desde a biga", disse uma revista ao testar o primeiro RT/10, que acelerava de 0 a 96 km/h em 4,5 segundos

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Disponível apenas em vermelho no primeiro ano, o carro acrescentava amarelo, preto e verde em 1993, junto de um ar-condicionado acessório

O chassi tubular de aço, vestido pela carroceria de plástico, recebia suspensão independente nas quatro rodas com braços sobrepostos e a distribuição de peso muito perto do ideal — 50% em cada eixo — concorria para o equilíbrio em curvas. Para segurar a fera no asfalto, discos ventilados de grande diâmetro, mas sem sistema antitravamento (ABS). Os pneus Michelin muito largos (275/40 R 17 à frente, 335/35 R 17 atrás) vinham em rodas de alumínio com três raios, as traseiras com 13 pol de tala.

A revista norte-americana Car and Driver foi uma das que se entusiasmaram pelo Viper RT/10, sigla para road & track (estrada e pista) e o número de cilindros: "Com o vento rasgando em suas sobrancelhas e o motor acelerado a pleno, não damos a mínima para a falta de janelas ou maçanetas. Porque o Viper é um dos veículos mais excitantes desde que Ben Hur descobriu a biga. Ele foi feito para andar rápido, parar rápido, grudar nas curvas e dar a qualquer um — motorista, passageiro e quem o vê passar — uma emoção que faz valer seu dia".

Uma emoção algo limitada pelas legislações modernas, como a de ruídos, que impediu a calibração ideal dos escapamentos laterais independentes, cada um ligado a cinco dos cilindros. O resultado era um som estranho, bem diferente do emitido por um V8, o que seria revisto anos mais tarde. Outra medida para atender a normas, nesse caso de consumo de combustível, foi o mecanismo na caixa que, em certa faixa de rotação, fazia a troca de primeira para segunda marcha levar diretamente à quarta. Também usado no Corvette, o dispositivo fazia o motor trabalhar em regime bem baixo nos testes de consumo do governo e obter melhores marcas. Mesmo assim, o comprador de um Viper pagava US$ 1.700 de imposto pelo carro "beberrão".

A ideia de transmitir 400 cv e um elevado torque às rodas traseiras, sem qualquer controle de tração, podia assustar os candidatos a adquirir esse Dodge, mas seu comportamento dinâmico era mais seguro do que o estilo fazia supor: "O grande carro sente-se sólido, seguro e previsível a maior parte do tempo. É bem equilibrado, com ligeiro subesterço na maioria das curvas, e a perda de aderência dos MIchelins XGT-Z não é tão súbita. Ele até roda com certo conforto e mínima aspereza", descrevia o citado teste.

Outra revista, a Popular Mechanics, comentava que "a atenção que você chama é espantosa. Não se para em lugar nenhum sem formar uma multidão ao redor. (...) Você logo percebe que esse é o carro mais selvagem à venda na América. Sim, ainda vendem Ferraris e Lamborghinis aqui, mas, comparados a um Viper de 400 cv sem teto ou janelas, aqueles carros são realmente inofensivos, até mesmo mancos. O Viper manterá sua coluna pressionada contra o banco por quanto tempo você mantiver o pé direito colado no assoalho. A caixa manual requer esforço muscular para mover a alavanca de marcha para marcha. Os freios são potentes o bastante para parar um trem. No todo, não é um carro para os de coração fraco. Mas que carro!".

Com seu novo esportivo, a Chrysler apresentava um sério competidor ao Corvette ZR-1, então equipado com um motor V8 de 375 cv preparado pela Lotus inglesa. A aceleração de 0 a 96 km/h do Dodge, feita em 4,5 ante 4,9 segundos, indicava uma vantagem em desempenho que não se confirmava em velocidade máxima — seus 265 km/h ficavam atrás do que o Chevrolet, com melhor aerodinâmica, alcançava. Ambos obtinham números elevados em testes de aceleração lateral, próximos a 1 g (a aceleração da gravidade), mas o RT/10 custava bem menos, abaixo de US$ 55 mil, ante quase US$ 70 mil do ZR-1. Continua

Os irmãos que não nasceram
Ao menos duas vezes durante a produção do Viper, a Chrysler estudou o lançamento de um carro esporte menos potente que ele, mas nenhum chegou às ruas.

O primeiro foi o Dodge Copperhead (esquerda), de 1997, um roadster cujas linhas arredondadas e imponentes fariam bom par com as do Viper de primeira geração. O projeto previa o emprego de motor V6 de 2,7 litros e 220 cv, já em uso em modelos do grupo, com uma plataforma derivada da usada pelo Viper, tração traseira, rodas de 18 pol à frente e de 20 pol atrás. O desempenho esperado era bom, com máxima de 215 km/h e 0-96 km/h em 6,8 segundos.
Curiosamente, o nome Copperhead foi usado por pouco tempo: outra empresa alegou direitos sobre a marca e a Chrysler rapidamente trocou o nome pelo simples Concept Vehicle em materiais de divulgação.

Também com plataforma baseada na do Viper, o Chrysler Firepower (direita) foi mostrado em 2005 como um cupê luxuoso e de alto desempenho. O motor Hemi V8 de 6,1 litros e 425 cv serviria bem ao propósito de uma alternativa refinada ao Viper. Mesmo com caixa automática, ele acelerava de 0 a 96 km/h em 4,5 segundos. Pena que a empresa não tenha encontrado viabilidade para a produção.

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