Fotos: RM Auctions
Os faróis passavam a ser
escamoteáveis em 1971, com efeito estético interessante; as rodas
Borrani opcionais usavam cubo central rápido |
Suas
linhas impressionavam pela beleza e esportividade. O ângulo mais
marcante era a frente afilada, com uma faixa de lado a lado que
englobava os faróis (quatro circulares, cobertos por lentes lisas de
material plástico), as luzes de direção e de posição e uma tampa na
parte central. A cabine vinha bastante recuada, com para-brisa amplo e
curvo, e as laterais traziam um largo sulco. Para não interferir no
estilo, as maçanetas vinham sutilmente incorporadas na base das janelas.
O logotipo de Pininfarina estava nos para-lamas dianteiros. Na traseira,
em formato fastback, pequenas lanternas
circulares mantinham o padrão dos Ferraris do período. Rodas raiadas
Borrani eram opcionais, com elementos centrais de fixação (cubos
rápidos) em vez de parafusos.
A construção de chassis e carrocerias cabia à empresa especializada
Scaglietti, sediada também em Módena, com painéis entregues pela
Pininfarina. Os carros assim montados seguiam para a Ferrari para
receber a mecânica. De início foram usados portas, capô e tampa de
porta-malas de alumínio em quadros de aço, que era o material empregado
no restante; mais tarde as portas passaram a vir apenas em aço, talvez
pela necessidade de adotar barras de proteção em seu interior com vistas
à exportação aos Estados Unidos.
Outra alteração necessária para vender o Daytona aos norte-americanos
foi no arranjo dos faróis. A legislação do país — sempre um importante
mercado para carros esporte —, na época, exigia
faróis selados de formatos
padronizados ou unidades escamoteáveis. A Ferrari optou pelo segundo
tipo, mantendo o formato circular dos quatro faróis. Unidades iniciais
receberam um acabamento em alumínio ligando uma luz de direção à outra,
para lembrar os antigos faróis, mas a ideia foi logo descartada em favor
da pintura dessa seção na cor da carroceria. A alteração feita para os
EUA acabou adotada em 1971 como padrão de produção, exceto pelas luzes
de posição em cor âmbar — na Europa continuaram incolores.
O Daytona tinha apenas dois bancos, do tipo concha, revestidos no
renomado couro Connolly e ladeando um largo console. Para combinar com
as cores da carroceria, o couro podia ser preto, cinza, bege, azul,
marrom, vermelho ou branco e ainda trazer faixas em cor diferente. O
painel de forma simples trazia farta informação: grandes velocímetro
(graduado até 300 km/h) e conta-giros vinham ladeados por seis
instrumentos menores (entre eles, manômetro e termômetro de óleo e
amperímetro), atrás do típico volante com três raios de alumínio e aro
de madeira. Unidades feitas mais tarde, porém, vinham com o aro
revestido em couro. Os vidros das portas tinham controle elétrico.
Continua
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