


Teto solar com forro, quatro
faróis auxiliares, aerofólio traseiro, volante pequeno, conta-giros: por
fora e por dentro, o XR3 tinha estilo esportivo |
Por
outro lado, havia um recurso técnico interessante da geometria de
direção: o raio de rolagem neutro, nem
negativo (como em Monza,
Gol e
Passat) nem positivo como na
maioria dos carros da época. Essa decisão da Ford contribuía para deixar
a direção leve em manobras, até mesmo na versão esportiva XR3, com seus
pneus mais largos e volante bem pequeno.
Em avaliação com o Escort básico de 1,35 litro a álcool, a revista
Motor 3 ficou surpresa com seu bom desempenho: "Senti o carrinho
andando tão bem, que julguei estar com um 1.600 nas mãos", comparou,
apontando a aceleração de 0 a 100 km/h em 13,5 segundos. Outros aspectos
elogiados foram ampla visibilidade, baixo nível de ruído e freios
bastante resistentes ao uso contínuo. "O pequeno Escort comporta-se como
um carro grande. Bastante confiável e confortável, ele nos leva onde
desejamos com um consumo que não pesa no bolso", analisou a revista.
A versão Ghia — estúdio italiano que realizou diversos trabalhos
de estilo para a Ford — chegava dois meses depois com
um conjunto refinado: controle elétrico dos vidros dianteiros e das
travas das portas, vidros tratados com efeito dourado, limpador de
pára-brisa com intervalo ajustável, relógio digital acima do retrovisor
interno e luzes de aviso para desgaste das pastilhas de freio e baixos
níveis de combustível, óleo do motor e líquido de arrefecimento, entre
outras. Teto solar era um dos poucos opcionais. O motor CHT era o mesmo,
com caixa de cinco marchas de série.
No fim do ano era, enfim, apresentado o esportivo XR3 (Experimental Research 3, pesquisa experimental 3), que logo se
tornaria um sonho de consumo. Trazia defletor dianteiro,
aerofólio traseiro, rodas de 14 pol com pneus 185/60, teto solar de
vidro (com persiana interna, novidade no Brasil), faróis de longo
alcance e de neblina e lavadores de farol. No interior, bancos
esportivos, volante de apenas 343 mm de diâmetro e painel bem-equipado.
O ponteiro do conta-giros apontava para o alto no regime indicado para
mudança de marcha, como em carros de competição. O ar-condicionado
opcional chegava meses depois.
No XR3 vinha apenas o motor de 1,6 litro a álcool, que trazia um ligeiro "veneno" em válvulas,
dutos de admissão, comando de válvulas, carburador e curva de ignição,
além de câmbio de cinco marchas fechado, com
relações mais próximas entre si. A
potência crescia para 82,9 cv a 5.600 rpm e o torque máximo para 12,8
m.kgf ao alto regime de 4.000 rpm. O desempenho estava melhor que nos
demais Escorts, mas ainda insatisfatório para um esportivo.
Continua
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