Linhas mais suaves, colunas estreitas e faróis que não escondiam o fato de ser escamoteáveis: o Prelude de terceira geração

O motor de 2,0 litros vinha em duas opções: com 12 válvulas e 105 cv, na versão básica, e com 16 válvulas e 137 cv no acabamento Si (fotos)

No Prelude 4WS as rodas traseiras também esterçavam, em pequeno grau, para ajudar na estabilidade e na redução do diâmetro de giro

As gerações do esportivo vinham rápido: em 1988 um novo Prelude era apresentado. A fórmula do sucesso não foi alterada: parecia aquele amigo distante que voltava rejuvenescido de uma boa viagem. Seu desenho estava muito elegante, como convém a um cupê de estirpe. A frente era em cunha, com faróis escamoteáveis, desta vez sem semelhança aos tradicionais. A captação do ar era feita por uma grade na parte inferior do pára-choque. Este recebia luzes de direção à frente e de posição nas laterais. Um friso preto circundava todo o carro, o único adereço a que a lateral limpa tinha direito.

As portas continuavam grandes, o pára-brisa era recuado e inclinado e a traseira longa e elegante, com lanternas afiladas. A coluna traseira se resumia a uma linha delgada e a visibilidade estava garantida com a grande área envidraçada. Por dentro o painel era atualizado, havia um console mais pronunciado entre os bancos e novo volante de três raios. A atualização do carro mais esportivo da Honda na ocasião caiu-lhe muito bem. Mais uma vez a mídia destacava o desempenho e o comportamento irrepreensível da suspensão. Os engenheiros conseguiram, inclusive, deixá-la mais precisa.

Pouca coisa mudou nas medidas, mas a evolução vinha em todos os âmbitos. O Prelude estava bem servido com duas versões do novo motor de 2,0 litros. O de entrada, que vinha na versão S, com comando único no cabeçote, carburador de corpo duplo e 12 válvulas, entregava 105 cv. A versão Si recebia injeção eletrônica, 16 válvulas e duplo comando e fornecia 137 cv a 6.200 rpm.

Mas maior a novidade recebia o nome de Prelude 4WS, sigla para four-wheel steering ou direção nas quatro rodas. No caso das traseiras, o esterçamento era discreto, mas suficiente para promover maior estabilidade em curvas, pois ficava menos provável o evento de um sobresterço. Em baixa velocidade elas esterçavam na direção oposta à das dianteiras, para menor diâmetro de giro. Com gerações tão breves, as atualizações eram discretas com o passar do tempo, mas em 1990 a Honda decidiu incrementar os motores. A versão S recebia enfim injeção, ficando com 106 cv. Para o Si a marca ia além: um novo propulsor todo de alumínio aparecia com 2.156 cm³, duplo comando e 16 válvulas, para 142 cv.

No Japão a Honda apresentava, nesse ano, a versão Si States. De produção limitada, recebia o sistema de direção nas quatro rodas, freios com sistema antitravamento (ABS), diferencial autobloqueante, revestimento de couro no volante e pomo de câmbio e sistema de áudio de melhor qualidade. O motor rendia 152 cv. Também no Japão outra série, a INX, estava disponível. Nos acabamentos XX, Si e Si SRS, os carros recebiam faróis fixos semelhantes aos do Accord europeu até 1990. Continua

Nas telas

Quem quiser matar a saudade do esportivo da Honda encontra nos filmes a oportunidade ideal. É possível ver um Prelude de segunda geração no trânsito caótico que antecede as cenas de adrenalina do filme Velocidade Máxima (Speed, 1994), ação que conta com Keanu Reeves, Sandra Bullock e Dennis Hopper no elenco.

Outro de mesma geração aparece na série Neighbours (1985-2008; foto), crônica acerca da vida dos moradores da rua Ramsay, subúrbio de uma grande cidade australiana. Até em desenho animado o esportivo japonês deu as caras. Foi na série Kamichu, de 2005, que conta as aventuras de uma menina comum que, de repente, se torna uma deusa apta a realizar desejos.

Tristeza para os fãs, um Si 1985 aparece destruído em uma cena de crime em CSI Nova York (CSI: NY, 2004-2008; foto). E um modelo modificado para corridas está no filme ThunderBolt - Ação sobre Rodas (ThunderBolt, 1995), com o astro Jackie Chan ajudando a polícia a interceptar um assassino. O pano de fundo da história é uma corrida ilegal de carros.

Mais um Prelude modificado surge na comédia espanhola Eu sou a Juani (Yo soy la Juani, 2006; foto). No longa, duas mulheres deixam sua cidade pequena e seus namorados para um pouco de diversão em Madri. Por fim, o último modelo aparece no italiano Manuale d'Amore 2 (Capitoli Successivi, 2007), com Monica Bellucci no elenco.

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