O aspecto bem mais esportivo da quarta geração mostrava que o Prelude estava mais potente: 136 cv na versão S e expressivos 162 na Si, com novo motor de 2,3 litros

Em 1993 chegava o comando variável VTEC, responsável por levar o motor 2,2 a 192 cv; a suspensão mantinha-se com braços sobrepostos

O sistema de quatro rodas esterçantes, agora com controle eletrônico: todas na mesma direção, à esquerda, e em direções opostas, à direita

 

Quebra de padrões   A Honda sempre preferiu atualizar o Prelude sem deixar a identidade de lado. Mas para 1992 a quarta geração surgia para quebrar esse paradigma: desta vez o carro não lembrava os anteriores — e estava muito bonito. A frente imponente e em cunha, com um bico que unia capô e pára-choque, separava os faróis afilados. A lateral era limpa, com vidros mais arredondados, e o teto assumia um perfil mais esportivo, do tipo fastback, com caída suave que terminava em um porta-malas longo e adornado por vistoso aerofólio. As lanternas agora eram triangulares e iam do pára-choque até a linha superior da traseira.

Por dentro, linhas arredondadas em um painel bastante diferente, com um recuo superior em toda sua extensão, que se unia em harmonia aos painéis de porta. O volante era de quatro raios. Os ocupantes contavam com 2,55 m de entreeixos; o carro media 4,44 m de ponta a ponta e 1,76 m de largura. Continuava elegante, mas estava mais esportivo e intimidador. A Honda trouxe oficialmente ao Brasil essa geração, parte de sua linha inicial de importados em 1992.

A suspensão de braços sobrepostos nas quatro rodas recebia melhorias na calibração, deixando o carro melhor ainda no que já era bom. A versão 4WS, que não fez muito sucesso, retornava abandonando o controle mecânico em prol de um sistema eletrônico, mais apurado. Tanta modificação não poderia deixar de fora os motores — e eles melhoraram muito. A versão básica S recebia a unidade de 2.156 cm³ e 16 válvulas que equipava a versão 1988 do Si, ajustado para 136 cv e 19,6 m.kgf. O Si trazia um motor maior, de 2.259 cm³, também com 16 válvulas, que entregava 162 cv e 21,6 m.kgf.

Para quem queria ir além, a Honda dava a resposta já em 1993. O Prelude tinha à disposição uma moderna unidade de 2,2 litros com a tecnologia VTEC (Variable Valve Timing and Lift Electronic Control System, sistema de controle eletrônico para tempos de distribuição e levantamento de válvulas). O recurso, inaugurado em 1989 com o superesportivo NSX, levava-o a impressionantes 192 cv a 6.800 rpm e 22 m.kgf a 5.500 rpm. Assim equipado, o Prelude ia de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos. As versões mais potentes recebiam discos de freios maiores.

Não demorou muito para que a imprensa elogiasse o desempenho. A revista Car Craft afirmou que o Prelude era o melhor carro de tração dianteira do mundo. "Dirigir o VTEC é como assistir ao ator Robin Willians saltar de um personagem a outro no meio de uma cena; você sabe que aconteceu, mas está atordoado demais para perceber como ele fez isso", dizia a matéria. A americana Car and Driver manteve o cupê entre seus 10 Best Cars (10 melhores carros) de 1984 a 1986 e de 1992 a 1998. No Japão estavam disponíveis alguns itens de conforto adicionais, como controle automático do ar-condicionado e até mesmo um pequeno televisor no painel. Continua

Os preparados
O Prelude ainda podia ser mais exclusivo e rápido caso seu dono quisesse. Algumas empresas famosas lançaram kits de preparação para deixar o carro mais intimidador.

É o caso da Greddy. Com base no modelo 1999, a empresa apresentou novos amortecedores e molas, filtro de ar cônico de maior captação e sistema de escapamento redimensionado. Itens externos, como um pronunciado defletor dianteiro (foto), também foram lançados. A empresa desenvolve componentes para alguns dos carros mais famosos do mundo.

A HKS também fez sua parte oferecendo produtos como filtro de ar esportivo, que promete diminuir a restrição, e sistema de escapamento próprio para suportar incremento de potência. Outra empresa, a Veilside, aplicou ao carro kits aerodinâmicos de carroceria para um visual mais esportivo, como saias laterais e frontal.
No Brasil
Alguns poucos brasileiros tiveram a oportunidade de ter um Prelude. A Honda trouxe as versões S e Si do modelo, entre 1992 e 1997, e a resposta da mídia não foi diferente da verificada no restante do mundo.

Em teste do modelo para a revista Autoesporte, Bob Sharp (hoje colunista do Best Cars) gostou do que viu — e sentiu — a bordo do cupê. "Um painel de instrumentos futurista, mas eficiente e de fácil leitura; todos os acionamentos elétricos, com controles colocados nos lugares certos, segurança por todos os lados (...) e um som doce de motor que para muitos chega a ser música...", definia.

A versão testada era a Si de 2,3 litros e 160 cv. O único defeito apontado era custar caro demais: mais de US$ 66 mil na época, em um mercado que contava com o Mitsubishi Eclipse GSX de tração integral US$ 10 mil mais em conta. A concorrência mais tarde receberia outros modelos, como o belo Chevrolet Calibra.

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