Os especiais: de cima para
baixo, o XJR-S da TWR, o potente Lister Le Mans de 7,0 litros e a perua
Lynx Eventer, ao estilo shooting brake |
Nesse mesmo ano a "dama de ferro" da Grã-Bretanha, a primeira-ministra
Margareth Thatcher, privatizava a Jaguar. A empresa estava à beira da
falência e deixava de ser vinculada à British Leyland. Quem assumiu a
direção foi um industrial inglês de sucesso, John Egam. O controle de
qualidade ficou mais rígido para tentar erguer a reputação da marca. A
Jaguar também considerou criar uma versão do XJ-S para receber o logo da
Daimler, mas sem o característico prolongamento da coluna traseira. Um
protótipo foi construído em 1986, mas o carro jamais chegou às linhas de
produção, embora o resultado tenha ficado mais tradicional e bastante
agradável. Nos anos 90 uma nova tentativa seria feita, em que as
modificações estéticas na dianteira e na traseira foram oferecidas em
forma de kit por pouco tempo.
A versão especial XJR-S foi oferecida pela empresa TWR, de
propriedade do piloto Tom Walkinshaw, entre 1988 e 1993. O pretexto era
a vitória da Jaguar na famosa corrida de 24 Horas de Le Mans em 1984. O
modelo, equipado com o V12 de 5,3 litros, trazia modificações na
suspensão, novas rodas e um conjunto aerodinâmico esportivo na
carroceria. Em 1989 o motor passou a ser de 6,0 litros (mais de três
anos antes que a Jaguar fizesse o mesmo aumento de cilindrada) equipado
com o sistema de gerenciamento eletrônico Zytec, com o qual a potência
chegava a 318 cv e bastavam 6,5 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h.
Os freios tinham sistema antitravamento (ABS).
Outro especial aparecia também em 1989. Depois de seis anos de
desenvolvimento, a preparadora Lister mostrava o Le Mans —
outra homenagem à vitoria na tradicional corrida francesa. Pouco do
Jaguar original sobrava: o V12 crescia para 7,0 litros e passava a
despejar 500 cv e 69,1 m.kgf nas rodas traseiras, o que se traduzia em
aceleração absurda em qualquer marcha e regime. A velocidade máxima era
de 320 km/h e a aceleração de 0 a 96 km/h podia ser feita em apenas 4,5
segundos, mesmo com um peso de 1.800 kg. O câmbio de cinco marchas tinha
novo escalonamento e a carroceria também
mudava: as caixas de rodas eram alargadas e as aletas das colunas
traseiras saíam de cena. Defletores, rodas chamativas de 17 pol com
pneus 245/40 à frente e 335/35 atrás, novos faróis circulares e entradas
de ar no capô completavam o conjunto. Apenas 50 unidades foram
produzidas.
A empresa britânica Lynx também contribuiu com duas opções de
carroceria para o XJ-S. A primeira foi um conversível para quatro
ocupantes. A segunda, mais interessante, foi uma versão perua que
recebeu o nome de Lynx Eventer. Seguia o estilo shooting brake,
denominação habitual para peruas feitas de esportivos ingleses e
originária de antigos carros usados em caçadas por um público abonado.
As 67 unidades construídas receberam um teto prolongado que terminava em
uma traseira bastante inclinada. As lanternas horizontais eram separadas
apenas pela placa de licença. Já a lateral recebia um enorme vidro que
ia da coluna central até a parte posterior. Com duas portas, a Eventer
ficou bastante elegante e suas linhas casaram perfeitamente com o
projeto original. Conta-se que a própria Jaguar pensou em fazer sua
versão familiar, mas o projeto não ganhou as ruas.
Continua
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