Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

A tração integral demorou três anos: no Diablo VT, se as rodas traseiras perdiam aderência, as dianteiras recebiam até 25% do torque disponível

Para a publicação Octane, ele "não era para os fracos de coração: era uma besta a ser domada por um verdadeiro homem. Apesar da largura de seus pneus traseiros, rápidas saídas muitas vezes os deixavam fazendo fumaça, a tal ponto em que era quase impossível dar todo acelerador ao Diablo até que ele estivesse em terceira marcha, bem acima de 110 km/h". E não era só isso: "O interior era um pouco apertado, sobretudo para as pernas, e o acesso por baixo das portas-tesoura e sobre as soleiras era um tanto difícil. O ar-condicionado não servia para muita coisa, a alavanca de câmbio tinha uma posição talvez aleatória, o painel era horrível e a visibilidade traseira inútil".

Ainda segundo a Octane, "alguns dizem que ele foi um dinossauro desde o nascimento. O tamanho, a falta de visibilidade, a absurda velocidade em linha reta e o desafiador comportamento dinâmico. A Lamborghini estava em problemas quando começou a projetar o Diablo, e isso se mostrou em inúmeros aspectos. Mas ele também tinha muitos pontos a favor. O V12 era o centro de seu apelo, um monstro de 500 cv. O som fenomenal que ele fazia era tão politicamente incorreto quanto o carro em si, e isso é o que o Diablo foi: um diabo da velha escola, que intoxicava tanto quanto enfurecia".

Mais fácil de dirigir   Embora prevista já no lançamento, a primeira evolução do Diablo era apresentada apenas no Salão de Genebra em março de 1993: o Diablo VT, sigla para Viscous Traction, em alusão ao sistema de tração integral baseado em acoplamento viscoso. Em condições normais de aderência ele permanecia com tração traseira. Quando as rodas de trás começavam a patinar por falta de tração, porém, até 25% da potência era transferida aos pneus dianteiros, o que ajudava sobretudo em piso molhado ou na neve. Continua

Os especiais
O estilo e o desempenho do Diablo não parecem suficientes para alguns compradores, o que fez surgir numerosas preparações e personalizações. Na Alemanha, a empresa de Walter Koenig satisfez a alguns clientes que a Lamborghini decepcionou, em 1992, ao aceitar encomendas para o Diablo Roadster e levar três anos para colocar a versão em linha. A preparadora Koenig fazia do cupê um targa com a remoção do teto (acima) e ainda adotava detalhes mais esportivos na carroceria. O motor ganhava dois turbos e passava a 600 cv — ainda modesto diante dos 1.000 cv extraídos pela Koenig de um Ferrari Testarossa... A versão cupê (acima à esquerda) também podia ser preparada.
A alemã Gemballa, famosa por seus Porsches, preparou em 1998 a versão VT Lotec (acima) com dois turbos e impressionantes 900 cv, sem abrir mão de catalisadores e um escapamento válido para uso em rua. Em teste por uma revista francesa, atingiu 410 km/h — mais que o Bugatti Veyron consegue hoje, mas sem o aval do fabricante. Nas mãos da Platinum Motors, concessionária norte-americana, a versão VT tornou-se VTTT (Twin Turbo). Dois turbos deixaram a potência entre 600 e 750 cv, conforme a pressão usada (acima). A mudança permitia aceleração de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e velocidade máxima de 358 km/h. Outra preparação da Platinum foi a instalação de dois compressores em um SV, que foi denominado SV Supercharger. As rodas traseiras recebiam 680 cv e, segundo a empresa, o uso cotidiano ainda era possível pela entrega gradual de potência.
Outra germânica, a Strosek, aplicava novos para-choques ao Diablo e trocava os faróis escamoteáveis por conjuntos fixos com dois refletores elipsoidais por lado (acima), o que alterava bastante sua aparência. Os retrovisores subiam para o topo das portas e o aerofólio, que agora vinha integrado aos para-lamas, tinha ângulo ajustável. A suíça Rinspeed apresentou um Diablo VT (acima) com pintura em várias cores como um arco-íris, rodas de 18 pol e motor preparado para 560 cv. Outros trabalhos sobre o grande Lamborghini foram os das alemãs Rogalla, que fez um SE turbo de 625 cv, e Auto Koenig, que diz ter obtido 800 cv com dois turbos.
Um dos Diablos mais curiosos foi criado no México pela Automóviles Lamborghini Latinoamérica S.A. O supercarro (fotos acima) assumiu formas bastante discutíveis, com tomadas e saídas de ar curvas, "escamas" laterais bem maiores, tomada de ar central no teto e rasgos na traseira. Denominado Coatl, esse Lamborghini mexicano tinha o motor V12 ampliado para 6,3 litros e 635 cv, segundo a empresa, que também anunciava extensas modificações no chassi e uma velocidade máxima de 385 km/h. Uma evolução apareceu em 2001 com o nome de Eros GT1.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade