Nos anúncios de 1927 (em cima) e
1928, belas imagens e a alusão a qualidades como desempenho e suavidade
a um preço interessante |
Variedade de opções
O modelo
inicial da série 303, lançado em março de 1927, vinha em várias versões
de carroceria. As básicas, fabricadas pela Fisher sobre chassi
com distância entre eixos de 3,17 metros — menos 18 cm que o mais curto
da Cadillac —, eram cupê, roadster (ambos com "banco da sogra", pequeno
banco retrátil na parte traseira, assim apelidado porque não era
confortável para nenhum passageiro mais prezado pelo motorista do que a
própria...) e cupê conversível de dois lugares; Victoria com quatro
lugares; Phaeton (conversível de quatro portas), sedã para cinco pessoas
e sedã Town
Sedan, com a seção lateral traseira fechada.
Um entreeixos de 3,40 m vinha pouco depois para o sedã
de sete lugares e o Imperial para cinco e sete pessoas. Além de toda essa
linha Fisher, a Fleetwood fornecia sob encomenda as carrocerias cupê de
dois lugares, sedã Town Car para cinco pessoas e Town Cabriolet.
Sem se afastar do formato comum à época, Earl conseguiu um aspecto
charmoso e menos sisudo para o LaSalle, com destaque para o roadster.
Carroceria de perfil baixo para a época, pára-lamas alongados, grade
dianteira alta e estreita e pintura em dois tons causaram sensação. Em
algumas versões só os pára-lamas vinham em cor diferente do restante; em
outras o capô os acompanhava. Havia fartas opções de cores, em um dos
primeiros aproveitamentos da pintura policromática de secagem rápida
lançada em 1924 pela Dupont. E, mesmo que a inspiração nos modelos da
Hispano-Suiza fosse evidente, os
americanos se surpreenderam ao ver linhas tão atraentes em um carro de
sua categoria.
O LaSalle era anunciado como "o primeiro dos carros de luxo menores e
mais fáceis de manobrar, construído sob tradicionais padrões com o
intuito de alargar o mercado de prestígio". O interior, requintado e
bem-acabado, tinha bancos inteiriços, grande volante de três raios e
painel simétrico, em que o quadro de instrumentos à esquerda (com sete
mostradores) tinha o mesmo formato da tampa do porta-luvas à direita.
Botões de comando e a chave de ignição ficavam no centro. A alavanca de
câmbio vinha no assoalho — só mais tarde se tornaria costume nos EUA a
montagem na coluna de direção.
Muito antes de se falar em relação custo-benefício, sua publicidade já
colocava o preço competitivo ao lado de qualidades como classe, conforto
e desempenho. Anúncios apregoavam que ele trazia "o prestígio, a
imaculada individualidade e a distinção inerentes a todo carro produzido
pela Cadillac" a um custo bem inferior: de 2.295 a 2.875 dólares, contra
3.295 a 7.000 da marca de topo da GM.
O sedã de quatro portas custava
2.685 dólares, preço bem situado dentro da antiga lacuna da corporação e
apenas 100 dólares acima da linha Fifty da Packard. Apesar da intenção
de que fosse mais barato que o concorrente, não houve como reduzir o
valor sem abrir mão dos padrões de qualidade da Cadillac.
Continua
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