


Único no segmento a manter a
tração traseira, o Town Car conservava seu público fiel e ganhava novos
itens de conforto e conveniência |
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dentro o luxo continuava. O painel, retilíneo, recebia instrumentação
digital e bancos e painéis de portas eram revistos. A nova geração
trazia alguns dispositivos inéditos. Entre eles estava a memória de duas
posições para o banco do motorista, opcional na Signature e de série na
Cartier. Reclinação elétrica dos bancos e suporte lombar inflável
eletricamente traziam sofisticação ao interior. O retrovisor interno
fotocrômico, que já existia desde 1989,
agora era mais largo.
Com a mesma plataforma, suas medidas eram mantidas do anterior, mas ele
ficava um pouco — se cabe o adjetivo — mais leve: 1.820 kg. Esses
atributos foram suficientes para que a revista Motor Trend desse
ao Town Car o título de Carro do Ano. Também em 1990, com a abertura das
importações pelo governo Fernando Collor, um Town Car chegou à
presidência da República pelas mãos da Ford. O carro foi usado pelo
então presidente, mas devolvido à marca americana por seu vice Itamar
Franco quando este chegou ao poder: o político mineiro preferiu um já
antigo Diplomata, carro que ainda alcançou o governo de Fernando
Henrique Cardoso em seguida.
O Town Car era um típico carro de luxo para dar trabalho aos
concorrentes. Assim como sua primeira geração, era fabricado na cidade
de Wixom, no estado de Michigan. A segurança trazia melhorias, com bolsa
inflável de série para motorista e opcional para passageiro, assim como
freios com sistema antitravamento (ABS). Na parte dos motores entrava,
em 1991, o chamado V8 modular da Ford. Com
comando de válvulas no cabeçote e 4,6 litros, entregava 213 cv e
38,2 m.kgf.
Uma discreta alteração na grade frontal aparecia no modelo 1993, além de
novo padrão das lanternas traseiras. Agora os três níveis de acabamento
vinham de fábrica com painel digital e um novo tom claro de madeira
ganhava o interior. Dentro de seu segmento, o Town Car mostrava bons
números de vendas. Até o início dos anos 90 a Lincoln já havia colocado
nas ruas mais de 100 mil unidades do luxuoso sedã. E, com o fim do
Cadillac Fleetwood Brougham, o Town Car era o último modelo do segmento
de luxo com tração traseira.
Cinco anos após o lançamento da segunda geração, a Lincoln efetuava mais
modificações em 1995: agora os faróis eram mais delgados, mas as luzes
de direção ainda avançavam pela lateral, dando charme ao modelo. A
enorme grade cromada ganhava curvas e o logotipo da marca em seu topo,
como nos Mercedes. Os pára-choques remodelados, assim como os
retrovisores, vinham na cor da carroceria. Na lateral, a janela da porta
traseira perdia a parte fixa.
Continua
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