



G1 de 1926 (em cima), G4 de 1933
(fotos centrais) e G5 de 1937 (embaixo): precursores que deram
experiência em 4x4 à Mercedes |
Quando se fala sobre os produtos da Mercedes-Benz, vêm logo à cabeça
automóveis luxuosos, potentes e confiáveis. Igualmente robustos são seus
ônibus e caminhões, que os brasileiros conhecem há décadas — fazem parte
da paisagem urbana desde os anos 50. Há muito a empresa também produz
furgões e o caminhão de porte médio Unimog. Mas, na década de 1970,
ainda faltava à empresa de Stuttgart desenvolver um produto para um
nicho que estava crescendo e atraindo a atenção do público.
Faltava-lhe um veículo fora-de-estrada, um jipe de classe para concorrer
sobretudo com o Range Rover
inglês, lançado em 1970 e pioneiro no segmento — os americanos já faziam
utilitários de passeio, mas menos luxuosos. A tradição em
fora-de-estrada da destacada empresa alemã começou em 1926. O modelo G1
tinha três eixos, ótima capacidade de carga e era muito rústico. Depois
dele a marca apresentou o G4, em 1933. Derivado de um sedã da linha
convencional, pesava 3,7 toneladas e também tinha três eixos.
Ao contrário do antecessor, sua aparência externa era mais civil, com
quatro portas e da capota de lona. O motor de oito cilindros em linha e
5,4 litros era derivado do que movia o esportivo
540K, mas devido ao peso excessivo
o desempenho era muito limitado. Em 1937 era lançado o G5, de dimensões
bem mais compactas e amigáveis. Mesmo com dois eixos, demonstrava
galhardia com tração e direção atuantes nas quatro rodas, suspensão
independente e motor de quatro cilindros. Foi muito usado na Segunda
Guerra Mundial pelo exército de Adolf Hitler.
Décadas depois, nos anos 70, o Xá do Irã Mohammad Reza Pahlavi, amante
de bons automóveis e acionista da empresa, desejava ter um Mercedes como
veículo militar. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)
também requisitava um veículo fora-de-estrada à empresa. Motivada, a
marca da estrela de três pontas associou-se à austríaca Steyr-Puch, que
na década de 1960 já produzia o rústico e eficiente fora-de-estrada
Haflinger.
O Mercedes-Benz Classe G, ou G-Wagen — forma abreviada de Geländewagen,
veículo para caminhos difíceis em alemão — foi apresentado em março de
1979. Seu código de fábrica era W460 e era produzido em Graz, na
Áustria. Para este mercado, o da Suíça e o da antiga Iugoslávia, tinha
na grade o emblema da Steyr-Puch. Para os outros, a tradicional estrela
da Mercedes. A Peugeot também vendeu uma versão dele, com a denominação
P4 e motor próprio.
Compacto, media 3,95 metros de comprimento na versão curta, com duas
portas, e 4,40 m na versão longa com quatro portas. Era o menor Mercedes
em produção. Tinha 1,70 m de largura, 1,95 m de altura e 2,40 m de
entreeixos na versão curta (2,85 m na maior). Impunha muito respeito. A
cabine com vidros grandes e colunas finas oferecia muita visibilidade. A
grade dianteira preta era divida em quatro partes, com frisos
horizontais e o emblema no meio. Os faróis circulares estavam inseridos
nos pára-lamas, estes com linhas triangulares, e o pára-choque era
robusto.
Continua
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