Em 1972 a segunda geração trazia um estilo mais atraente e começava a ganhar itens de conforto; a proposta de veículo jovial era notada nas fotos publicitárias

Se a caçamba normal servia bem para o lazer, o Hilux de trabalho podia vir com a carroceria longa de 2,30 metros; o motor passava a 2,2 litros

A versão SR-5, anunciada como "picape esportivo", destacava a caixa de cinco marchas e oferecia rodas mais largas e direção assistida

A terceira geração de 1979 trazia linhas mais leves, suspensão mais agradável e as opções de caixa automática e tração nas quatro rodas

A segunda geração era apresentada no modelo 1972 com perfil mais baixo e harmonioso, faróis em posição mais alta, luzes de direção sob o para-choque e laterais sem o duplo vinco. Havia também melhorias internas, como a opção de bancos individuais com encostos de cabeça, e maior uso de componentes dos automóveis da marca. Para atender aos que desejavam uma grande caçamba em um picape compacto, a Toyota lançava uma versão mais longa com 2,30 metros de comprimento no local de carga. Os motores permaneciam com 1,6 litro no Japão e 2,0 nos EUA. Para 1975 o motor de quatro cilindros crescia para 2,2 litros, mas fornecia apenas 96 cv e 16,5 m.kgf por atender a novos limites de emissões poluentes. Essa versão 20R, com cabeçote de alumínio, ficaria famosa por sua robustez e longevidade mesmo quando submetida a precária manutenção. O câmbio passava a oferecer cinco marchas e, no ano seguinte, o nome Hilux deixava de ser usado nos EUA (onde agora era apenas o Toyota Pickup), permanecendo nos demais mercados. No Japão, onde não sofria as restrições de emissões da América, o antigo motor 2,0 de 108 cv era adotado em 1977.

Nesse ano outra revista norte-americana, a Popular Science, colocou o Hilux de 2,2 litros ao lado de Courier, Luv, Mazda B-1800 e Datsun 620 — todos feitos no Japão, apesar das marcas locais que os dois primeiros ostentavam. O Toyota ganhou as maiores notas em aceleração e facilidade de manobra, mas esteve mal cotado em conforto de marcha e espaço interno. Comentava o teste: "Ele é o mais rápido e silencioso e tem excelente comportamento na estrada. É estável em linha reta e surpreende nas curvas. O motor com alto torque o empurra até 96 km/h em 14,7 segundos, mais rápido que muitos sedãs. Mas dirigir por longos períodos é desconfortável; o rodar é áspero e a cabine apertada". Nos EUA surgia em 1978 um acabamento com apelo esportivo, o SR-5 (Sport Rally 5-speed, referente ao câmbio de cinco marchas exclusivo na categoria), com rodas cromadas largas e interior mais agradável: bancos individuais de encosto alto, vidros verdes, rádio, piso acarpetado e as opções de direção assistida e volante ajustável em altura.

Mais passeio, menos trabalho   Com a primeira crise do petróleo deflagrada em 1973, que levou dois anos depois à instituição do Cafe (programa norte-americano de controle do consumo de combustível pela média dos modelos de cada fabricante), ter um automóvel de maior potência havia se tornado mais difícil: todos os fabricantes estavam optando por motores menores, com o agravante de que a indústria ainda não sabia lidar bem com as restrições trazidas pelo catalisador e outros recursos de controle de emissões. Nesse cenário, os picapes — com limites mais brandos e adotados só anos depois pelo Cafe — ganharam a preferência de muitos motoristas urbanos e seus fabricantes decidiram oferecer mais conforto. Não foi diferente com o Hilux, que em 1979 aparecia na terceira geração com linhas mais leves e melhorias em conforto de marcha. Frente mais baixa com dois faróis circulares (mais tarde retangulares), para-choque com as luzes de direção e maçanetas embutidas mostravam cuidado com a harmonia do conjunto. Alguns mercados, mas não o norte-americano, passavam a ter a opção de cabine dupla com quatro portas.

Com o mesmo intuito de deixá-lo mais para automóvel e menos para utilitário, a suspensão dianteira era reprojetada, adotando barras de torção, e os pneus passavam de diagonais para radiais. O motor 20R de 2,2 litros era mantido. Testado pela revista Motor Trend nos EUA, o novo SR-5 foi considerado "um grande salto sobre qualquer coisa no passado, por várias excelentes razões. A mais óbvia é a sensação de conforto de marcha e estabilidade que pode ser atribuída à nova suspensão dianteira, que leva a uma rodagem muito mais suave". O desempenho, contudo, não deixava de ser moderado: a aceleração de 0 a 96 km/h exigiu 12,4 segundos. Também apareciam as opções de caixa automática, muito apreciada nos EUA, e — algo inédito na categoria compacta — tração nas quatro rodas, que vinha associada a maior altura de rodagem, pneus específicos e eixo rígido com molas semielíticas também na frente.

Ao comparar sua versão 4x4 com o Chevrolet Luv, a mesma publicação observou a diferença: "O Luv é um excelente picape de asfalto com capacidade fora-de-estrada acima da média. O Toyota é basicamente uma robusta máquina fora-de-estrada com adequado desempenho na estrada, mais a escolha de caçamba e entre-eixos mais longos e diversos opcionais não disponíveis no Luv." A Popular Science comparou o Hilux 4x4 ao Luv e ao Subaru Brat e destacou: "O Toyota é visualmente o mais chamativo. De grande importância são as duas placas de proteção (uma sob a caixa de transferência e outra abaixo do tanque de combustível), desenhadas para fazer este picape brilhar no uso fora-de-estrada." Outras vantagens foram os freios e a aceleração, mas em consumo de combustível ele perdeu claramente para os demais. O interior foi descrito como "civilizado, com espaço confortável e área para objetos escondida de olhares externos" ao se rebater o banco. Continua

Como utilitário esporte
O crescente interesse dos norte-americanos por picapes com a carroceria fechada na parte traseira, para maior aproveitamento de espaço e adequação a locais com inverno rigoroso, levou a Toyota a firmar em 1981 uma parceria com a Winnebago Industries e a Griffith, fabricantes de conversões e acessórios para veículos. As empresas desenvolveram, na ordem, os modelos Trekker (foto) e Trailblazer, que faziam do picape uma espaçosa perua — ou utilitário esporte, como ainda se tornariam conhecidos esses veículos.

A Griffith acrescentava uma cobertura de plástico reforçado com fibra de vidro à caçamba de aço, enquanto a Winnebago substituía a caçamba original por uma estrutura toda de fibra. O êxito da adaptação estimulou a Toyota a desenvolver seu próprio utilitário esporte com base no Hilux. Lançado em 1984, ele chamou-se 4Runner nos mercados norte-americano, inglês e australiano e Hilux Surf no japonês. Mais tarde o 4Runner assumiu identidade própria nos EUA, enquanto outros países continuaram a ter derivados do picape.

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