

Aerodinâmica, suspensão e
freios aperfeiçoados faziam um supercarro mais coerente com os novos
tempos, e ainda vendido por menor preço



Apesar de melhorias e do desenho
assinado por Peter Stevens, ainda não foi dessa vez que o Vector deu
certo: teve 14 unidades construídas |
Entrada
proibida
Quando Wiegert retornou
de Genebra, descobriu que os diretores tinham demitido 20 funcionários
da Vector. O diretor financeiro disse-lhe que suas opções seriam
renunciar e ir embora, sair da presidência e se tornar chefe de desenho
ou ser demitido. Já sem deter a maioria das ações e vendo isso como uma
conspiração para tomar a fábrica, Wiegert mudou as fechaduras da sede, instalou-se na construção e
contratou seguranças para impedir a entrada dos membros do conselho. Mas
em uma audiência judicial foi decidido que os diretores tinham a justa
causa para a rescisão do contrato.
Foi o início de diversas batalhas judiciais entre Wiegert e os
acionistas da Vector, envolvendo aluguel, violação do emprego e retorno
dos ativos para o fundador. No ano seguinte, a MegaTech Pty Ltd. comprou
também a italiana Lamborghini. Com integração da produção e programas de
engenharia, a Vector resolveu usar o motor V12 do
Diablo. Era mais
barato aproveitar os motores italianos, já homologados, do que
projetar modificações para atualizar um motor norte-americano e ainda
atender às normas de emissões. Isso significou
diminuir a potência para 492 cv, com a velocidade máxima caindo para 306
km/h.
Com quatro W8 inacabados no chão da fábrica e encomendas
para o novo modelo em mãos, os planos de negócios foram reorganizados. A nova direção da empresa decidiu por uma mudança radical
na política de produção. O preço caiu para
US$ 189 mil e a fábrica foi da Califórnia para Jacksonville, na Flórida,
onde também estava a sede de negócios da Lamborghini USA. O prédio era
uma antiga base militar.
O Avtech WX-3 foi rebatizado Avtech Super Coupe, ou Avtech SC, mas
Wiegert reclamou o direito sobre o nome Avtech. Foi então rebatizado de
Vector M12.
No Salão de Detroit
de 1996 apareciam dois M12 em exposição. O exterior foi redesenhado e
corrigiu algumas falhas graves. Em um túnel de vento, verificou-se fluxo
de ar
insuficiente para o motor no antigo WX-3. Grande
parte dos itens provenientes da engenharia aeroespacial foram
substituídos. David Peter Rose, o novo presidente da
empresa, disse: "Mantivemos apenas o ar-condicionado e uma longarina
frontal do carro original". Com rodas de 18 pol e enormes pneus
Michelin MXX3, o M12 levava de 0 a 100 km/h em torno de
4,5 segundos.
Os desenhistas encarregados dos
estilos exterior e interior foram o aclamado Peter Stevens, cuja
obra-prima foi o McLaren F1, e
Michael Santoro.
A distância entre eixos do M12 foi esticada em 12 cm para acomodar o
novo trem de força, agora longitudinal. Uma
carroceria de fibra de carbono e plástico reforçado com fibra de vidro
cobria o chassi semi-monocoque com gaiola de aço cromo-molibdênio. As
suspensões com braços sobrepostos eram uma grande evolução em relação ao eixo rígido traseiro dos
carros anteriores. Os freios Brembo eram idênticos àqueles do Diablo. A
caixa passou a ser manual de cinco marchas ZF, muito mais apropriada
a um carro esporte que a automática. O painel foi trocado por um analógico.
Diversas revistas realizaram testes
favoráveis. Os planos para dois novos modelos e até mesmo um carro de
corrida da IMSA foram
iniciados. No entanto, os sinais não foram bons logo de cara.
Após um atraso de dois meses para os primeiros carros serem entregues, a
empresa tinha apenas três concessionárias,
sobretudo pela exigência contratual de que os revendedores adquirissem
dois carros de imediato. Depois de apenas oito veículos, o
problema estava enraizado. A empresa reduziu os funcionários em 70% e em novembro parou a produção, com três
M12 inacabados no chão de fábrica.
Os indonésios venderam a marca
em 1997 para um grupo sediado nas Bahamas, o Trade Link International
Ltd. No ano seguinte, a Megatech também vendeu a Lamborghini para a
Audi. Com isso o fornecimento dos motores V12 se encerrou e apenas 14
unidades do M12 foram construídas no total. Os
novos proprietários apresentaram outro carro em 2000, o SVR8.
Era um M12 com preço reduzido a US$ 150 mil. O chassi contava com pequenas mudanças
e o motor voltava às raízes da empresa com um V8
norte-americano de Corvette, com poucas alterações, e um transeixo
Porsche G50. A potência era a mais baixa da história da empresa, 420 cv,
com velocidade máxima de cerca de 300 km/h.
Continua
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