A série 700 era atualizada
para 1988: frente arredondada, novo painel e suspensão traseira
independente, que só chegaria à perua em 1995 |
Há
carros que mudam muito na aparência e pouco — ou nada — na mecânica e no
comportamento. Com a série 700 ocorreu o contrário: sua segunda série,
lançada para 1988, trazia mais de 2.000 novos componentes e importantes
evoluções técnicas, embora mantivesse as linhas quase inalteradas.
As mudanças externas passavam pelo capô de alumínio, que encobria o
limpador de pára-brisa, e os faróis de aspecto mais moderno com lentes
de material composto. O interior ganhava painel atualizado, volante
regulável e ar-condicionado com controle automático de temperatura. Na
mecânica, a suspensão traseira passava a um avançado sistema
independente multibraço.
O cupê 780, além da nova suspensão traseira, recebia o motor 2,3 com o
chamado Turbo Plus, que habilitava maior pressão temporária de
superalimentação de modo a obter 175 cv (188 no ano seguinte). No
mercado italiano, onde motores acima de 2.000 cm³ eram penalizados com
pesada tributação, a Volvo ofereceu um de 1.986 cm³ com turbo, 16
válvulas e 200 cv, com o qual chegava a 210 km/h. Um ano depois o 740
GLT combinava o cabeçote de quatro válvulas por cilindro ao motor
aspirado de 2,3 litros, que assim ficava com 155 cv e 20,7 m.kgf.
A fase
900
O sedã aparecia em 1990
com novas lanternas traseiras, mas a Volvo já finalizava uma evolução
mais abrangente na linha 1991, que incluiria a mudança de designação da
série de 700 para 900 — um preparo ao lançamento do 850, de menor porte
e tração dianteira, que viria no ano seguinte. A distância entre eixos
era mantida, mas o comprimento crescia 5 cm tanto no sedã quanto na
perua. O cupê 780 era descontinuado e não teria sucessor até que
chegasse o C70, em 1997.
A aerodinâmica estava um pouco mais de acordo aos tempos modernos, com
Cx de 0,36, e o banco traseiro vinha com encosto de cabeça e cinto de
três pontos também para o passageiro central, uma primazia mundial. No
mesmo local, o apoio de braço podia ser convertido em assento infantil
elevado.
Se não havia grandes alterações de estilo, o veterano motor PRV dava
lugar no 960 a um novo seis-cilindros em linha de 2.922 cm³ da própria
marca, com bloco e cabeçotes de alumínio, injeção Motronic, duplo
comando e 24 válvulas. Capaz de 204 cv e 27,2 m.kgf, levava o sedã a 205
km/h tendo passado pelos 100 em 9,3 segundos — desempenho interessante
em vista do peso, que aumentava para 1.560 kg. O mesmo bloco daria
origem a unidades de quatro e cinco cilindros para outros modelos da
marca. Continua
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