A letra "I" em vermelho no
logotipo identificava por fora esse Golf mais bravo, que fazia de 0 a
100 em 7,8 segundos, 0,7 s menos que o antigo
O motor nacional de 1,6 litro
perdia os requintes técnicos, mas oferecia a mesma potência e vantagens
como o maior vão livre abaixo do cárter |
Elogios também ao motor com coletor variável: "Essa solução dá ao Golf e
ao primo Audi A3 não só o mais potente motor 1,6 de oito válvulas do
mercado, como também respostas rápidas em qualquer rotação, tornando-o
muito agradável de dirigir no trânsito". Com as melhores notas em
acabamento, itens de conveniência, motor e freios, o VW terminou a
comparação em primeiro lugar, embora criticado pela estabilidade e o
espaço para bagagem.
Só para o
Brasil
Apesar do bom resultado
do Golf 1,6 com o motor importado EA-113, a VW tinha interesse em
nacionalizar o propulsor dessa versão para reduzir custos, em vista da
desvalorização do real frente a moedas estrangeiras no começo de 1999. A
solução encontrada foi desenvolver, só para o modelo brasileiro, uma
versão de maior cilindrada do EA-111 oferecido desde 1997 com 1,0 litro
na linha Gol. A novidade chegava ao mercado em março de 2001.
Alguns requintes técnicos se perderam, como o bloco em alumínio e o
coletor variável, mas chegaram outras soluções como o
acelerador com controle eletrônico, que
dispensava cabo, e o acionamento de válvulas
com alavancas roletadas para redução de atritos. Além disso, ao
permitir maior vão livre do solo na região do cárter, atendia às
reclamações de clientes pela facilidade com que a versão anterior
raspava em lombadas e outros obstáculos. A potência de 101 cv
manteve-se; já o torque máximo caiu de 14,8 m.kgf para 14,6 m.kgf, mas a
3.250 rpm em vez de 3.800 rpm. Junto dele vinha uma nova caixa de
câmbio.
Em comparativo com o Xsara, o Best Cars analisou o motor: "Ficou
um pouco mais áspero com o curso longo dos pistões e se torna algo
rumoroso acima de 3.000 rpm. Certamente influiu neste aspecto a
eliminação do revestimento fonoabsorvente sob o capô. Em desempenho, o
motor mais forte do Xsara se impõe, mas o do VW não deixa a desejar no
uso normal, por oferecer bom torque em baixa rotação. E o novo câmbio do
Golf 1,6 é primoroso na leveza dos engates, um dos mais agradáveis que
já dirigimos".
Na versão de 2,0 litros o motor permanecia igual, mas o câmbio passava
por encurtamento das marchas na linha 2002 a fim de aumentar a
agilidade, em especial para motoristas que "esquecem" o carro em quinta
e desejam boas retomadas mesmo assim. A alteração, avaliada no Best
Cars em comparativo do Golf com o então novo Peugeot 307, foi
julgada "sem a menor necessidade, dado o alto torque em baixa rotação
desse motor. O carro poderia ser um bom exemplo de câmbio 4+E,
permitindo ao motorista escolher entre economia e silêncio (em quinta)
ou agilidade nas retomadas (mantendo a quarta). Mas a VW preferiu
exagerar nas relações curtas".
Marchas à parte, o Golf superou o oponente apenas em desempenho
e câmbio, ficando para trás em instrumentos, itens de conveniência,
espaço interno, porta-malas, suspensão,
segurança passiva e custo-benefício. O resultado, como se espera,
foi a vitória do Peugeot.
Atendida a base da linha Golf, em maio de 2002 era a vez de seu topo. O
esportivo GTI recebia o motor turbo com 180 cv e 24 m.kgf já usado desde
o ano anterior no Audi A3, para acelerar de 0 a 100 em 7,8 segundos e
alcançar 227 km/h, contra 8,5 s e 216 km/h da versão de 150 cv. Outras
novidades eram
controle de estabilidade de série (com botão para desativação) e
opção de caixa automática Tiptronic de cinco marchas com mudanças
manuais sequenciais, ausentes da antiga de quatro marchas. Pena que a
versão de três portas, lançada no ano anterior, já deixasse o mercado. GTI
e 2,0 ganhavam acelerador eletrônico; o 1,6 Plus e o 2,0 passavam
a oferecer bancos de couro e rádio/toca-CDs (de série no GTI).
Esse revigorado GTI foi posto frente a frente com o Fiat Stilo
Abarth no Best Cars. A interior foi mais uma vez elogiado: "O
Golf impressiona melhor por dentro: pertence à geração de Volkswagens
que resolveu caprichar nos materiais internos, com plásticos agradáveis
aos olhos e ao tato. (...) O posto de condução é um ponto alto: um banco
tipicamente alemão, amplo, com laterais envolventes e espuma de alta
densidade (firme), um volante exato com revestimento em couro, pedais
bem posicionados". Continua
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