Depois da versão de três portas, o GTI ganhava em 2002 mais potência e segurança: motor de 180 cv, caixa automática Tiptronic, controle de estabilidade

A letra "I" em vermelho no logotipo identificava por fora esse Golf mais bravo, que fazia de 0 a 100 em 7,8 segundos, 0,7 s menos que o antigo

O motor nacional de 1,6 litro perdia os requintes técnicos, mas oferecia a mesma potência e vantagens como o maior vão livre abaixo do cárter

Elogios também ao motor com coletor variável: "Essa solução dá ao Golf e ao primo Audi A3 não só o mais potente motor 1,6 de oito válvulas do mercado, como também respostas rápidas em qualquer rotação, tornando-o muito agradável de dirigir no trânsito". Com as melhores notas em acabamento, itens de conveniência, motor e freios, o VW terminou a comparação em primeiro lugar, embora criticado pela estabilidade e o espaço para bagagem.

Só para o Brasil   Apesar do bom resultado do Golf 1,6 com o motor importado EA-113, a VW tinha interesse em nacionalizar o propulsor dessa versão para reduzir custos, em vista da desvalorização do real frente a moedas estrangeiras no começo de 1999. A solução encontrada foi desenvolver, só para o modelo brasileiro, uma versão de maior cilindrada do EA-111 oferecido desde 1997 com 1,0 litro na linha Gol. A novidade chegava ao mercado em março de 2001.

Alguns requintes técnicos se perderam, como o bloco em alumínio e o coletor variável, mas chegaram outras soluções como o acelerador com controle eletrônico, que dispensava cabo, e o acionamento de válvulas com alavancas roletadas para redução de atritos. Além disso, ao permitir maior vão livre do solo na região do cárter, atendia às reclamações de clientes pela facilidade com que a versão anterior raspava em lombadas e outros obstáculos. A potência de 101 cv manteve-se; já o torque máximo caiu de 14,8 m.kgf para 14,6 m.kgf, mas a 3.250 rpm em vez de 3.800 rpm. Junto dele vinha uma nova caixa de câmbio.

Em comparativo com o Xsara, o Best Cars analisou o motor: "Ficou um pouco mais áspero com o curso longo dos pistões e se torna algo rumoroso acima de 3.000 rpm. Certamente influiu neste aspecto a eliminação do revestimento fonoabsorvente sob o capô. Em desempenho, o motor mais forte do Xsara se impõe, mas o do VW não deixa a desejar no uso normal, por oferecer bom torque em baixa rotação. E o novo câmbio do Golf 1,6 é primoroso na leveza dos engates, um dos mais agradáveis que já dirigimos".

Na versão de 2,0 litros o motor permanecia igual, mas o câmbio passava por encurtamento das marchas na linha 2002 a fim de aumentar a agilidade, em especial para motoristas que "esquecem" o carro em quinta e desejam boas retomadas mesmo assim. A alteração, avaliada no Best Cars em comparativo do Golf com o então novo Peugeot 307, foi julgada "sem a menor necessidade, dado o alto torque em baixa rotação desse motor. O carro poderia ser um bom exemplo de câmbio 4+E, permitindo ao motorista escolher entre economia e silêncio (em quinta) ou agilidade nas retomadas (mantendo a quarta). Mas a VW preferiu exagerar nas relações curtas".

Marchas à parte, o Golf superou o oponente apenas em desempenho e câmbio, ficando para trás em instrumentos, itens de conveniência, espaço interno, porta-malas, suspensão, segurança passiva e custo-benefício. O resultado, como se espera, foi a vitória do Peugeot.

Atendida a base da linha Golf, em maio de 2002 era a vez de seu topo. O esportivo GTI recebia o motor turbo com 180 cv e 24 m.kgf já usado desde o ano anterior no Audi A3, para acelerar de 0 a 100 em 7,8 segundos e alcançar 227 km/h, contra 8,5 s e 216 km/h da versão de 150 cv. Outras novidades eram controle de estabilidade de série (com botão para desativação) e opção de caixa automática Tiptronic de cinco marchas com mudanças manuais sequenciais, ausentes da antiga de quatro marchas. Pena que a versão de três portas, lançada no ano anterior, já deixasse o mercado. GTI e 2,0 ganhavam acelerador eletrônico; o 1,6 Plus e o 2,0 passavam a oferecer bancos de couro e rádio/toca-CDs (de série no GTI).

Esse revigorado GTI foi posto frente a frente com o Fiat Stilo Abarth no Best Cars. A interior foi mais uma vez elogiado: "O Golf impressiona melhor por dentro: pertence à geração de Volkswagens que resolveu caprichar nos materiais internos, com plásticos agradáveis aos olhos e ao tato. (...) O posto de condução é um ponto alto: um banco tipicamente alemão, amplo, com laterais envolventes e espuma de alta densidade (firme), um volante exato com revestimento em couro, pedais bem posicionados". Continua

Em escala
Os Golfs de terceira e quarta gerações foram esquecidos pelos fabricantes de miniaturas, com exceção da alemã Minichamps.

A empresa oferece na escala 1:43, com bom detalhamento, a versão alemã GTI de 1993 em vermelho e em preto. Ela é quase igual à vendida aqui, mas com cinco portas e detalhes diferentes como os para-choques.
Outra opção da Minichamps é o Cabriolet da mesma geração, em azul com interior preto. Boa oportunidade para ver os detalhes de uma versão bastante rara no Brasil.
Da quarta geração há uma só opção: o cinco-portas amarelo do ACL, Clube do Automóvel de Luxemburgo. Também em 1:43 e da mesma marca, traz luzes de teto e decoração de carro de assistência

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