Mesmo sem superar o GTI turbo em desempenho, o VR6 atraía pela exclusividade: só 99 foram vendidos no País, todos com três portas

Rodas de 17 pol, anexos aerodinâmicos, cintos e costuras do couro em vermelho, câmbio de bola de golfe: detalhes próprios da série limitada

O motor turbo de 150 cv que o GTI deixou de usar reaparecia na edição Sport 2005, que se tornava uma opção mais acessível a esse esportivo

 
Para ler
Thirty Years of the Volkswagen Golf & Rabbit - por Kevin Clemens, editora Iconografix. Na falta de livros sobre o modelo nacional, confira essa obra de 128 páginas dedicada aos primeiros 30 anos do Golf e de sua versão para os EUA, o Rabbit. Lançado em 2006.

Volkswagen Golf GTI
(Crowood Autoclassics) - por James Richardson, editora Crowood Press. O livro de 2009 aborda apenas a versão esportiva do modelo, com um GTI de segunda geração em destaque na capa. São 192 páginas sobre as cinco gerações desse criador da categoria de "hot hatches", os hatches esportivos.

Seis cilindros   Embora estivesse em produção em São José dos Pinhais desde 2000 para atender ao mercado norte-americano, o Golf GTI VR6 demorou a ser vendido no Brasil. Foi em fevereiro de 2003 que a VW apresentou uma edição especial de 99 unidades com o motor de seis cilindros em "V" estreito, importado da Alemanha. Já na versão de quatro válvulas por cilindro, fornecia 200 cv e 27 m.kgf, o que permitia acelerar de 0 a 100 em 7,7 segundos e chegar a 209 km/h com o câmbio manual de seis marchas. Por esse aspecto não era atraente diante do GTI de 180 cv, pois o superava na aceleração por apenas 0,1 s e perdia em máxima por 18 km/h.

Por outro lado, o VR6 oferecia exclusividade, destacada na aparência pelos faróis com máscara negra, anexos aerodinâmicos (defletor dianteiro, saias laterais e defletor de teto) na cor da carroceria e rodas de 17 pol com pneus 225/45, além dos logotipos de identificação. Vinha apenas em preto e prata, com três portas e detalhes próprios no interior, como cintos de segurança e costuras do couro do volante em vermelho, pedais e soleiras das portas VW Racing e alavanca de câmbio no formato de bola de golfe. Para quem pagasse o salgado preço, 76% mais alto que o do GTI de 1,8 litro, havia uma placa com acabamento em alumínio sobre a tampa do porta-copos, no painel, com o número de série de cada unidade.

Em breve avaliação, o Best Cars comentou: "O motor emite um ruído agradável, típico de um seis-cilindros de aspiração natural, e permite acelerações rápidas. As retomadas também agradam, em ampla faixa de rotação em qualquer marcha, o que significa maior conforto devido à menor necessidade de reduções. Pôde-se perceber que o carro tem fácil controle, graças à suspensão de calibração correta, aos largos pneus e aos sistemas eletrônicos".

Sem alterações de monta nos anos seguintes, o Golf vinha com pequenas mudanças na linha 2006: tornavam-se opcionais rádio/toca-CDs com MP3, sensores de estacionamento traseiros, retrovisor interno fotocrômico e limpador de para-brisa automático. Meses mais tarde o motor 1,6 passava a ser flexível em combustível, mantendo os 101 cv com gasolina e chegando a 103 com álcool.

A série Flash 1,6 2007 enfrentava no Best Cars o Fiat Stilo 1,8, ambos com a novidade do motor flexível. Entre as virtudes do VW estavam o habitual acabamento ("painel e portas bem desenhados e materiais plásticos de boa qualidade, bastante superiores aos do Stilo em aspecto"), o comando de câmbio ("um dos melhores da produção nacional, com engates muito leves e precisos") e o acerto da suspensão ("exibe calibração muito boa, com rodar mais firme e controlado que o do Stilo sem chegar ao desconforto; somada aos largos pneus 205/55-16, torna um prazer tomar as curvas com entusiasmo").

Apesar das qualidades, o VW perdeu para o Fiat em instrumentos, itens de conveniência, porta-malas, desempenho e suspensão (item que considera, acima de tudo, o conforto de marcha), terminando o comparativo atrás do adversário.


Reforma à brasileira  
Após oito anos de mercado sem alterações extensas, o Golf nacional já não tinha o mesmo atrativo, sobretudo em termos estéticos. O modelo alemão havia passado a uma nova geração — a quinta — já em 2003, com carroceria mais espaçosa e suspensão traseira independente multibraço, mas a VW brasileira alegava que seu custo de produção aqui seria inviável, pois elevaria muito o preço do modelo e limitaria as vendas. Em vez de trazer o novo Golf, a empresa optou por uma reforma no antigo, que lhe desse um aspecto mais coerente ao dos últimos lançamentos da matriz na Europa.

Apresentado em março de 2007, o carro trazia frente e traseira redesenhadas, com faróis de forma irregular e amplas lanternas que invadiam a quinta porta. O resultado dividiu opiniões, mas não seria possível fazer muito diferente partindo da carroceria dos anos 90. Por outro lado, esperava-se mais evoluções internas que as pequenas mudanças aplicadas — volante, revestimento em couro e aros nos instrumentos. Com uma nova versão Sportline no lugar da série Flash, a linha Golf ficava com dois acabamentos com motor 1,6 (esse e o básico), dois com o 2,0 (básico e Comfortline) e o GTI com o 1,8 turbo. Continua

No exterior
O Golf ganhou produção nacional já com o objetivo de ser exportado para os Estados Unidos e o Canadá. O embarque não demorou a acontecer, tanto na versão GTI 1,8 turbo de 150 cv quanto na GTI GLX, com motor VR6 de 2,8 litros, duas válvulas por cilindro e 174 cv, fabricada de 2000 em diante. Em 2002, ambos os motores ganharam potência: o turbo passou a 180 cv e o VR6 a 200 — como o vendido em série limitada no mercado interno.

Com o lançamento da quinta geração na Alemanha, o Brasil perdeu a exportação para os EUA, mas não para o Canadá. A VW daqui conseguiu manter esse mercado para seu defasado Golf, vendido lá com o nome Golf City (foto) como opção mais barata ao Golf Family, da última geração europeia.

O City segue com motor de 2,0 litros e oito válvulas, caixa manual ou automática (esta com seis marchas) e, claro, bom conteúdo de segurança: freios ABS e bolsas infláveis frontais de série; bolsas laterais, cortinas e controle de estabilidade como opcionais. E itens valorizados aqui são cobrados à parte, como rodas de alumínio e até trava central das portas.

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