Já tem sido habitual, na
última edição do Best Cars em cada ano, fazermos neste espaço
uma retrospectiva sobre o que se passou no mundo do automóvel no ano
que se encerra. Desta vez decidi inserir um editorial extra, apenas
uma semana após o anterior, para não perdermos
essa oportunidade antes de nossa parada de fim de ano.
Para o entusiasta por automóvel, 2006 foi um bom ano. Tivemos mais
lançamentos do que de costume: dois carros nacionais novos por
inteiro, o Civic e o Mégane; outros derivados de modelos já
conhecidos, como Prisma, Mégane Grand Tour e o argentino Peugeot 307
Sedan; e algumas reestilizações, caso de Celta, Polo e 307. Mas é
pouco diante do que tem acontecido no exterior e, cada vez mais,
nossos carros estão defasados em comparação aos similares
estrangeiros. Durante o ano surgiram lá fora novas gerações ou
sucessores de Xsara Picasso, Peugeot 206, Corsa, Stilo e Corolla,
apenas este último com expectativa de produção nacional em breve.
Para alívio de alguns e preocupação de outros, modelos importados (com
ou sem Imposto de Importação) chegaram com preços competitivos aos dos
nacionais. Do México vieram o Ford Fusion e o VW Jetta, e da França, o
Citroën C4. Se há quem considere a importação um risco a empregos em
nossa indústria, não falta quem comemore — meu caso — a volta da
concorrência estrangeira, que tão bem fez a nosso mercado na década
passada. Em 2006 nos despedimos do longevo Santana e do A3, o único
Audi brasileiro.
No ano em que celebrou seu primeiro cinqüentenário, a indústria
automobilística comemora um novo crescimento: até novembro, produziu
5% mais e vendeu no mercado interno 12,5% mais que no mesmo período de
2005. A expectativa da Anfavea, a associação das fábricas, era de
fechar o ano muito perto do recorde de 1,94 milhão de unidades
vendidas estabelecido em 1997. E, apesar da manjada choradeira dos
empresários sobre o real valorizado diante do dólar, as exportações
contabilizavam aumento de 7,5% em valores, um cenário bem
diferente do caos que eles anunciavam já no ano passado.
Para o motorista e proprietário de carro, houve o susto do gás natural
após a apropriação pela Bolívia, que felizmente (ainda) não se
refletiu em grande alta de preço. A gasolina também deve terminar o
ano no patamar que o começou, já que a cotação internacional do
petróleo anda menos sujeita a turbulências (o barril estava esta
semana pouco acima de US$ 60, como há um ano). Até os usineiros
parecem mais bonzinhos neste fim de 2006, pois no dezembro anterior o
álcool já estava bem mais caro do que hoje. Espero não me arrepender,
em janeiro, de tê-los lembrado disso...
Para 2007 ficam as esperanças, como sempre, de um ano ainda melhor.
Que mais brasileiros possam comprar automóveis e mantê-los, sem
apertar tanto o orçamento doméstico. Que haja muitos e grandes
lançamentos, pois é deles que mais gostamos de falar, como apaixonados
pelo assunto. E que você, leitor ou leitora do Best Cars,
continue conosco para comemorarmos juntos, em outubro, o décimo
aniversário do site. |