Que tudo se realize

Ao fim de um grande ano para o mercado de automóveis,
ficam as expectativas para um 2008 ainda melhor

por Fabrício Samahá

Fabrício Samahá, editorComo tenho feito sempre, aproveito o último editorial de dezembro, antes de nosso descanso de fim de ano, para relembrar o que aconteceu de mais marcante em 2007 no mundo do automóvel.

Foi um excelente ano para a indústria automobilística — o melhor dos 51 de sua história em termos de volumes de produção e de vendas. A expectativa é de fechar o mês com 2,975 milhões de automóveis produzidos, 2,45 milhões vendidos no mercado interno (importados incluídos) e 780 mil exportados. Se as vendas ao exterior terão caído cerca de 7%, os demais índices são dignos de comemoração, como o crescimento de 27% nas vendas internas. Como se sabe, a facilidade de financiamento é uma das molas propulsoras desses resultados, o que traz alguma preocupação para o futuro. Mas é assunto em que ninguém quer pensar agora.

Não foi dos melhores anos em termos de produto, porém. É verdade que ganhamos um verdadeiro esportivo nacional, o Civic Si; um carro pequeno moderno, o Punto; um médio ainda atual, o Astra (ops, Vectra GT!); e dois modelos fortes em relação custo-benefício, o Logan e o Sandero da Renault. Houve também a reformulação do Ka, a reestilização parcial do Golf e a chegada de novos modelos do México e da Argentina sem Imposto de Importação, casos de Citroën C4 Pallas, Nissan Sentra e Tiida.

Mas foi pouco. Um mercado aquecido como o nosso merecia mais novidades, maior evolução técnica, em conforto, em segurança. O que se viu na maioria dos lançamentos nacionais foram novas aparências para mecânicas conhecidas, o que só ampliou nossa defasagem em relação aos países desenvolvidos. Ao conversar com pessoas dos fabricantes, ouço que há boas perspectivas para os próximos anos, em que projetos mais ousados se tornarão viáveis. Torço para que isso se confirme, e o quanto antes.

Para nosso Best Cars, 2007 foi um ano de comemoração: completamos em outubro 10 anos com a sensação de dever cumprido, pela grande aprovação deste trabalho pelos leitores e leitoras. Mais que buscar a liderança do segmento nos frios números de páginas visitadas, temos como objetivos sua confiança e predileção como a melhor referência no assunto — e a cada dia mais me convenço de que estamos no caminho certo.

Foi também um ano de expectativa por uma decisão favorável do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que até o momento nada decidiu sobre nossa oposição ao uso da marca Best Cars pela editora Motorpress. Enquanto se aguarda a posição do órgão, a empresa pode continuar a fazer, por meio da revista Carro, uma pesquisa sobre automóveis entre seus leitores com o nome de um site que, há 10 anos, faz... uma pesquisa sobre automóveis entre seus leitores. Esperamos que esse abuso chegue ao fim em 2008.

E o que mais gostaríamos que Papai Noel trouxesse para o ano que vai nascer? Bons resultados para a indústria, pois são o pontapé para que todo o resto funcione. Mais e melhores carros, a preços competitivos e com evoluções a passos mais largos. Oferta e preço mais estáveis para os combustíveis, sem tantas flutuações ao sabor de usineiros de cana-de-açúcar ou de presidentes latino-americanos com pretensões inaceitáveis. Melhores ruas e estradas, pedágios menos extorsivos, o fim da adulteração de combustíveis... Hum, será que é pedir muito ao bom velhinho?

Vamos deixar a decisão nas mãos dele. Mas vamos também torcer para que 2008 seja um grande ano para todos nós, com saúde, realizações pessoais e bons assuntos no mundo do automóvel para curtirmos juntos aqui no Best Cars.

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Data de publicação: 22/12/07

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