Presentes de Natal já sob a árvore, peru no refrigerador, calendário
do novo ano colocado atrás do que está na última página: sinais de
que mais um ano termina e, como de hábito, é o momento de fazer um
retrospecto do que ele trouxe para nossa vida de aficionados — ou
mesmo apenas interessados — em automóveis.
Mundo afora, 2009 foi um ano difícil, com queda de vendas nos
principais mercados (exceções à China, que cresceu 45%, e à
Alemanha, 26%) e duas tradicionais companhias norte-americanas
(General Motors e Chrysler) entrando em concordata. No Brasil,
porém, foi mais um ótimo ano em que todos se refizeram do susto do
último trimestre de 2008, época dos efeitos mais acentuados da crise
mundial. Estimulados pela redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), os brasileiros terão levado para casa algo
como 3,1 milhões de carros até que as luzes do ano se apaguem, cerca
de 10% acima do total de 2008. Na produção, a expectativa da Anfavea
— associação dos fabricantes — no começo de dezembro era de atingir
o mesmo patamar do ano anterior, com 3,2 milhões, enquanto as
exportações devem registrar o total de US$ 8,2 bilhões, 41% abaixo
de 2008.
Apesar dos receios em relação à economia mundial, foi um ano com
vários lançamentos, tanto feitos aqui quanto importados. Houve a
Citroën C4 Picasso em janeiro; o Volvo XC60 em fevereiro; o C4 de
cinco portas, o Renault Symbol, a Nissan Livina e os Mercedes-Benz
CLC e GLK em março; o Mini e o Smart Fortwo em abril; três
Volkswagens (Tiguan, Eos e Passat CC) e o Audi Q5 em maio; o
Mercedes-Benz Classe E, a Grand Livina, o Fiat Strada de cabine
dupla e o Hyundai I30 em junho; o Honda City, o Kia Soul e o
Mitsubishi Pajero Dakar em julho; o novo VW Saveiro, o Chery Tiggo,
o Suzuki SX4 e os Kias Cerato e Mohave em agosto; o Porsche Panamera
em setembro; o Lamborghini Gallardo, o Fiat 500 e o Chevrolet Agile
em outubro e o BMW Z4 em novembro, além de diversas remodelações
parciais e mudanças em versões, motores, câmbios.
Neste espaço, abordamos alguns importantes temas. Em janeiro,
falamos no contraste do Salão de Detroit entre carros favoráveis ao
meio ambiente e os tradicionais esportivos de centenas de cavalos. O
ranking dos carros menos vendidos do mercado, com casos que
decepcionam pelo insucesso, e a obrigatoriedade de bolsas infláveis
frontais no mercado nacional eram assuntos em fevereiro. Em março,
nossos temas foram o conflito entre forma e função — desenhos nem
sempre favoráveis a quem usa o automóvel — e a longevidade da
posição dos comandos dos carros, que raramente tem admitido
variações.
Quando em abril chegamos à edição número 300, relembramos os muitos
colaboradores que ajudaram o Best Cars a alcançar sua posição
de destaque na internet. Também indicamos que a etiqueta de consumo
de combustível deveria ser obrigatória e passar por acertos. Ainda
sobre consumo, as tardias restrições a esse fator nos Estados Unidos
eram tema em maio, ao lado da anunciada despedida da Pontiac. Em
julho falamos do "carrossel de marcas", em que empresas tradicionais
mudavam de mãos, embora algumas intenções de venda — como a da Opel,
braço alemão da General Motors — não tenham se concretizado. E das
curiosas razões dos fabricantes para adotar nomes estranhos como
Amarok, do novo picape médio da Volkswagen.
A tendência por câmbios mais longos, que melhoram consumo, nível de
ruído e emissão de CO2, era comentada em julho assim como a
importância de analisar, em termos financeiros, se já é o momento
ideal para trocar o carro por um novo ou um mais novo. Em agosto,
citamos os muitos modelos importados que ganhavam competitividade
com os nacionais, em parte pela queda da cotação do dólar, apesar do
protecionista Imposto de Importação de 35%. Também sobre comércio
internacional, fazíamos uma bem-humorada reflexão sobre as
dificuldades que um exportador, em outro país, encontraria para
vender carros ao peculiar mercado brasileiro.
Por ocasião do Salão de Frankfurt, em setembro, falamos da forte
tendência por formas de propulsão com menor impacto ambiental, como
carros híbridos e elétricos, sem que isso indicasse o fim da
esportividade e do alto desempenho. Em novembro, observamos como foi
tímido o avanço de nossos carros durante os 12 primeiros anos do
Best Cars, enquanto no exterior a tecnologia dava passos bem
mais largos. No último mês do ano comentamos a utilidade dos
navegadores por GPS. |
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Crescimento do site O aquecimento do mercado refletiu-se em crescimento da visitação
do Best Cars, prova de que o consumidor brasileiro usa cada
vez mais a internet como ferramenta para se decidir por um ou outro
modelo. Nosso número de visitantes únicos — parâmetro que
desconsidera as páginas adicionais abertas pelo mesmo internauta —
tem superado 300 mil por mês e a página principal passa de meio
milhão de visitas mensais, números de respeito para um site dedicado
apenas a conteúdo editorial, sem área de classificados.
A 12ª edição da
Eleição dos
Melhores Carros, que acaba de encerrar o período de votação,
ganhou mais três categorias e superou o número de votos da anterior.
Como tem ocorrido todo ano, houve grande movimentação nos sites,
blogs e fóruns da rede mundial para que os admiradores de marcas e
modelos participassem, em busca de melhores resultados para seus
carros prediletos. Quando tiver os resultados divulgados, em 30 de
janeiro, a eleição mostrará como um público bem informado avalia as
novidades de 2009 em comparação aos concorrentes já estabelecidos.
Em meio a tais êxitos, torna-se cada vez mais difícil entender como
uma empresa do porte da General Motors se dá ao luxo de manter, por
um ano inteiro, o Best Cars de fora de seus lançamentos. O
motivo da exclusão nunca foi explicado pela empresa, que alegou
apenas ter seus "critérios" para convidar as mídias. O que nos
perguntamos é por que tais critérios são diferentes dos que vigoram
em todas as outras marcas. Fica a expectativa por uma luz nas mentes
que decidem sobre o assunto na empresa em 2010.
E guardei para este último editorial do ano uma boa notícia para
todos que, como eu, acreditam nas pessoas e esperam que os direitos
legítimos prevaleçam. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(Inpi) concedeu-nos o registro da marca Best Cars, três anos após o
ingresso do pedido. Como é notório, persiste uma disputa no órgão
entre nossa empresa — que tem esse nome desde 2000 e o usa no site
desde 1997 — e a editora Motorpress, que publica a revista Carro
e em 2006 passou a usar o nome em uma votação sobre melhores carros,
nos mesmos moldes da que realizamos. A revista chegou a divulgar que
a marca estivesse registrada em seu nome, embora tivesse apenas pedido o registro, a que fizemos oposição no Inpi. Agora é tomar
providências para que cesse o uso indevido.
Foi um bom ano
para nós e esperamos que tenha sido também para você, leitor ou
leitora que nos prestigia com sua visita em uma internet tão repleta
de boas opções de informação. Mais importante, desejamos que 2010
lhe traga saúde, paz, sucesso e realizações. E que estejamos juntos
por mais um ano em nosso Best Cars, comemorando vitórias e
brigando pelo que consideramos merecido. |
O aquecimento
do mercado refletiu-se em crescimento da visitação do Best Cars,
prova de que o consumidor brasileiro usa cada vez mais a internet
como ferramenta para se decidir por um ou outro modelo. |