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Motos do Passado

A mais esportiva das Hondas

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Moderna no visual e na ciclística mas comedida na
potência, a CBR 450 SR marcou época entre as nacionais

Texto: Alexandre de Moura Cândido - Edição: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

No final da década de 80, mais precisamente em 1989, a Honda ainda fabricava a CB 450, evolução da CB 400 lançada em 1980 que já apresentava certo cansaço. Havia recebido reformulações, mas não seria viável realizar outras: era necessário o surgimento de uma moto totalmente nova. Ficou decidido então que apenas o motor seria o mesmo da CB 450, com algumas alterações. Estava criado o "coração" de uma moto que marcaria época no mercado nacional.

Resultado de uma pesquisa junto a concessionárias e público em 1987, para saber o que deveria ser melhorado na CB, a CBR 450 SR nascia em setembro de 1989 como primeira esportiva nacional com motor quatro-tempos. Toda carenada, com um desenho muito moderno para a época, impressionava pela beleza.

A ampla carenagem ocultava o quadro e havia até um pára-lama envolvendo o pneu traseiro: recursos para melhor aerodinâmica, como comprovado nesse teste no túnel de vento

O motor bicilíndrico de 447 cm³, três válvulas por cilindro (duas de admissão e uma de escapamento) e refrigeração a ar, com radiador de óleo, fora herdado da CB 450 e recebera melhorias no comando de válvulas, dutos de admissão e escapamento do cabeçote, que junto com o escapamento 2-em-1 fizeram a potência subir de 43,3 cv para 46,5 cv (ambas a 8.500 rpm), embora diminuindo um pouco o torque, de 4,3 m.kgf a 6.500 rpm para 4,2 m.kgf a 7.000 rpm. Recebia também um tensor automático da corrente do comando de válvulas, dispensando regulagens periódicas.

Com velocidade máxima de 175 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 7 s, a CBR não arrancava suspiros pelo desempenho, mas oferecia força suficiente para a maioria dos motociclistas. O câmbio continuava o mesmo da CB 450, de seis marchas, com a primeira e a relação primária mais longas. Não havia por que mexer aqui, dado seu funcionamento com precisão e maciez nos engates.

Para muitos, uma moto nacional incomparável em estilo a seu tempo. As versões de
grafismo da foto surgiam no modelo 1991, abandonando a sobriedade inicial

Os grandes avanços da CBR em relação à CB estavam na parte ciclística. Seu quadro, chamado de Twin Tube Frame (quadro de viga dupla), era do tipo diamante com duas vigas laterais de aço, com o motor fazendo parte da estrutura. A suspensão traseira abandonava o antiquado conceito de duas molas em favor de uma monomola Pro-link com sete níveis de regulagens. As rodas de alumínio, de 17 pol, e os pneus de perfil baixo sem câmara (novos Pirelli MT 75) estavam na medida certa e os freios usavam discos duplos na dianteira e simples na traseira, muito eficientes.

Todo este conjunto tornava a CBR muito estável nas retas e curvas, transmitindo a sensação de uma moto sempre "na mão". Era nitidamente superior à Yamaha RD 350 R, de uma geração anterior, e à CBX 750 F da própria Honda, que além de menos esportiva havia perdido em comportamento com a nacionalização de 1987.
Continua

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Data de publicação deste artigo: 1/10/02

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