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Muitos proprietários solicitavam à fábrica a remoção do logotipo 6.3, para fazer com que outros motoristas pensassem estar correndo atrás de um 300 SEL normal, de modestos 180 cv. Era a melhor síntese da máxima "lobo em pele de cordeiro".

O generoso motor V8 de 6,3 litros, com comando nos cabeçotes e injeção mecânica
de combustível, fornecia potência líquida de 250 cv e torque de 51 m.kgf

O 6.3 tinha todo o charme de um estilo único, inimitável, exclusivo, embora não fosse um primor em ousadia, conseqüência do estilo conservador. A dirigibilidade era tão bem desenvolvida que a 200 km/h o carro oferecia mais controle, conforto e silêncio que a maioria dos carros de seu tempo a 100 km/h. A "culpa" era da magnífica suspensão com sistema pneumático da série 600, que estava anos-luz à frente de qualquer carro até então fabricado. Havia ainda uma direção assistida progressiva e diferencial autobloqueante.

O painel de instrumentos era completo, incluindo conta-giros eletrônico, manômetro de óleo, luz de alerta dos circuitos de freios e pressão de ar da suspensão. O conforto era garantido pelo ar-condicionado, rádio com antena elétrica, controle elétrico dos vidros e travamento central das portas de acionamento pneumático, além do excelente acabamento em couro e madeira. Tudo com a qualidade irrepreensível de uma marca que tinha 9% de sua força de trabalho envolvida no controle de qualidade.

Um dos destaques era a suspensão pneumática: além de manter constante a altura de
rodagem, permitia ajustá-la a bordo. Os quatro freios usavam discos ventilados

A revista americana Road & Track, após um teste de longa duração, definiu o 6.3 como "o melhor sedã do mundo". Outra, Car and Driver, atribuiu-lhe o título de quatro-portas mais desejado desde o Duesenberg modelo J. A única crítica era feita ao preço, mas o 300 SEL 6.3 não era um carro feito para as massas. Mesmo que quisesse, a Mercedes-Benz não teria como aumentar a produção para suprir a demanda, o que fazia com que o carro ficasse ainda mais caro.

Em 1971 abandonava as rodas de aço estampado em favor de rodas de magnésio. Suas principais qualidades eram definidas como "a aceleração de um Porsche, o conforto de um Jaguar XJ-6 e a dirigibilidade de um Ferrari 365 GTB/4 Daytona com o espaço de uma limusine".

Por dentro, couro e madeira em grande quantidade e o tradicional aro de buzina no volante

Quase não são vistos em exposições e boa parte ainda está com os primeiros proprietários. Um deles, o colecionador alemão Karl Middelhauve, possui oito em sua garagem, sendo um deles um cupê encomendado à AMG em 1966 (época em que a empresa ainda era independente). O carro teria desperto a "inveja" da própria Mercedes, que fez quatro cupês para alguns de seus mais importantes executivos. Middelhauve possui ainda os únicos exemplares conhecidos do 6.3 nas versões conversível e perua.

Com apenas 6.500 unidades produzidas de 1968 a 1972, era mesmo um carro com o propósito de elevar a imagem da marca acima dos outros fabricantes alemães. Seu irmão mais novo, o 450 SEL 6.9, não conseguiu superar seu fantástico poder de aceleração, que continua atual até os dias de hoje.

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