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Ein stück technik!

Em alemão, uma obra de tecnologia: assim era o 300
SEL 6.3 da Mercedes, o melhor sedã de seu tempo

Texto: Felipe Cavalcante Bitu - Fotos: divulgação

Há exatos 34 anos, no autódromo de Laguna Seca, na Califórnia, EUA, ocorria a apresentação oficial de um dos melhores sedãs de luxo já construídos: o Mercedes-Benz 300 SEL 6.3. Ao volante, um engenheiro alemão demonstrava, com o orgulho de um pai, tudo o que sua cria era capaz de realizar.

Para o público em geral, o reservado Rudolf Uhlenhaut seria mais um engenheiro em meio a tantos que trabalhavam na Mercedes. Apenas os mais informados sabiam que ali estava o responsável por muitas dores-de-cabeça de um certo Ferdinand Porsche na década de 30, época em que eram rivais ferrenhos. Uma rivalidade que acabou por transformar as "flechas de prata" da Mercedes e da Auto Union em verdadeiras lendas do automobilismo.

Capaz de cruzar as autobahnen alemãs a mais de 200 km/h por horas, o
300 SEL 6.3 reunia o desempenho de um Porsche ao conforto de uma limusine 

Com uma experiência incontestável, Uhlenhaut garantia que o 300 SEL 6.3 teria melhor dirigibilidade, frenagem e estabilidade do que qualquer outro carro de mesma categoria em todo o mundo. E não se tratava de nenhum exagero: era muito mais do que um produto bem feito, era uma arma da Mercedes-Benz para reafirmar sua superioridade nas autobahnen -- as auto-estradas alemãs sem limite de velocidade --, ameaçada no final dos anos 60 pela nova geração de BMWs, Opels e Audis de melhor desempenho. 

A receita era relativamente simples, mas genial: tendo a versão de entreeixos mais longo do Mercedes 250 como base (plataforma W109), o compacto motor de seis cilindros era substituído pelo enorme V8, o chassi recebia os reforços necessários e freios com quatro discos ventilados. As rodas, mais largas, calçavam pneus radiais Dunlop 195 VR 14, enquanto a suspensão pneumática tinha autonivelamento (mantendo a altura constante) e permitia o ajuste da altura de rodagem a bordo.

A marca o comparava ao lendário roadster SSK (ao fundo, à esquerda) quanto à
inovação e desempenho, mas o 6.3 era um sedã espaçoso e muito sofisticado

O apelo esportivo se resumia ao console central, onde se alojava a alavanca da transmissão automática, acoplada a um V8 de 6.332 cm3, com comando nos cabeçotes de alumínio e injeção mecânica de combustível, que monitorava a admissão de combustível de acordo com a posição do acelerador, velocidade, pressão atmosférica e temperatura do motor. A potência era de 300 cv, bruta, ou 250 cv a 4.000 rpm, líquida, com torque máximo líquido de 51 m.kgf a 2.800 rpm.

O enorme sedã de cinco metros e 1.770 kg acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 6,5 s e chegava aos 217 km/h. Testes da época relatavam que, mesmo com três pessoas a bordo e com a transmissão automática "esquecida" em drive, a aceleração do 300 SEL 6.3 ficava apenas meio segundo mais lenta, ainda suficientes para acelerar mais rápido do que esportivos da época como o Porsche 911 S, o Iso Rivolta Chevrolet e o Ferrari 330 GTC. Continua

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Data de publicação deste artigo: 7/5/02

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