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A pequena estrela brilhante

O 190 trouxe a Mercedes de volta ao segmento dos
médios. E o fez com classe, requinte e alto desempenho

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Desde os sombrios anos 40, na Europa, a famosa e tradicional casa alemã Daimler-Benz não fazia um automóvel de dimensões "compactas" que se tornasse um grande sucesso. O modelo 170 da década de 30 foi sendo aperfeiçoado e deixou as linhas de montagem no princípio da de 50. O sucessor lançado em 1952, da linha 180/190, teve êxito relativo. Era um três-volumes com motor de quatro cilindros, 1,9 litro e 80 cv.

Apesar do menor porte (4,43 metros de comprimento), o estilo e o requinte não deixavam dúvidas sobre a procedência do 190

Quase 20 anos depois, em 1982 chegava às ruas outro modelo 190, cujo código de fábrica era W201. A Mercedes finalmente entrava na briga dos médios de luxo, a exemplo da BMW com o Série 3 e a Audi com o 80 (hoje A4). Eram destinados a clientes com bom poder aquisitivo, que desejavam um carro confortável, com certo charme e sofisticação, mas com menores dimensões, consumo mais baixo, maior praticidade. Além destas marcas alemãs, não faltavam concorrentes em toda a Europa. Era um segmento muito interessante para as fábricas. 

O motor básico da nova linha 190 E tinha quatro cilindros, 1.998 cm3 e 90 cv. Alimentado por um carburador com gestão eletrônica, tinha tração traseira e opção de câmbio de quatro ou cinco marchas. Com três volumes bem distintos e uma traseira bastante elevada -- no que hoje é considerado um pioneiro, tendo sido seguido por dezenas de sedãs desde então --, media 4,48 metros e pesava 1.160 kg.

A traseira, bem mais alta que o capô, era um destaque no estilo elegante do "Baby Benz". Foi logo seguida por inúmeros fabricantes

Era o mais modesto modelo da linha, mas agradou muito. Bonito, seguia o estilo já consagrado pelos irmãos maiores. Não escondia sua semelhança com os modelos da Classe S da época. Na frente, a tradicional grade com a estrela de três pontas em cima e quatro faróis retangulares protegidos por uma lente retangular. De lado era notável o equilíbrio das linhas. A suspensão moderna garantia boa estabilidade e este automóvel chegava aos 175 km/h.

No ano seguinte, em setembro, era lançada a versão mais desejada do "Baby Benz", como ficara conhecido: o 190 E 2.3-16. Debaixo do capô o motor de 2.300 cm3 tinha um cabeçote de alumínio trabalhado pela afamada Cosworth inglesa, com quatro válvulas por cilindro e duplo comando. Desenvolvia 185 cv a 6.200 rpm e levava a fera a 225 km/h, arrancando até os 100 km/h em 8,7 s e cobrindo o quilômetro inicial em 29 s -- ótimos números para um sedã de sua cilindrada.

A versão "quente" 2.3-16: preparado pela Cosworth inglesa, o motor de quatro cilindros desenvolvia 185 cv e o levava a 225 km/h

Por fora se distinguia por um discreto aerofólio traseiro, spoiler dianteiro e anexos aerodinâmicos em toda a carroceria. Seu Cx de 0,32 era melhor que os concorrentes da Bavária, o BMW M535i e o Alpina B6 2.8. As belas rodas de alumínio calçavam pneus 205/55 VR 15, freadas por discos com sistema antitravamento (ABS). A suspensão independente nas quatro rodas era rebaixada e recalibrada. Era um automóvel confortável mas muito esportivo.

Por dentro havia um painel completo, bancos com desenho esportivo, conforto e acabamento dignos de um Mercedes. A única queixa era o diâmetro do volante, menor apenas 1 cm que na versão comportada. Mesmo assim a posição de dirigir era exemplar. Continua

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Data de publicação deste artigo: 4/6/02

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