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No Salão de Nova York, em 1964, era apresentado ao público o Sunbeam Tiger, nome em homenagem ao antigo carro de recordes. Já vinha com modificações na carroceria adotadas um ano antes no Alpine, em que a grade sofria ligeira alteração e a traseira estava mais moderna, com os rabos de peixe menos pronunciados e mais discretos. Ficava mais bonito. 

A exemplo do mítico Cobra, o pequeno Sunbeam ganhou nova disposição com um V8 da Ford -- o 260, de 4,3 litros e 164 cv, emprestado do Fairlane

A empresa tinha muito interesse em vender mais carros no mercado americano, e colocando nele um motor nativo a atração seria natural. No modelo exposto no salão, o capô era propositalmente transparente e atraiu muitos olhares. Esse propulsor era o V8 do Ford Fairlane 260, de 4.261 cm3 e 164 cv a 4.400 rpm. Tanto o bloco quanto o cabeçote eram em ferro fundido e a alimentação era feita por dois carburadores duplos. Os mecânicos nunca elogiaram o acesso para manutenção, pois o motorzão ficava espremido na frente. Até o grande radiador de 13,7 litros ajudava a atrapalhar.

Com tração traseira, caixa manual de quatro marchas e um peso de 1.145 kg, o Tiger chegava a 190 km/h. Um de seus concorrentes agora era o Morgan Plus 8, mas até Jaguars e Corvettes estavam no alvo. O que o distinguia do irmão de quatro cilindros era a inscrição Tiger nos frisos dos pára-lamas dianteiros, o emblema V8 abaixo deste e o duplo escapamento. Detalhe interessante eram os dois tanques de combustível na traseira, um em cada extremidade, abaixo dos pára-lamas.

Quando vir isto em seu retrovisor dê passagem, anunciava a publicidade. À direita, o
anúncio comemorativo da vitória do Tiger no International Police Rally da Bélgica

Por dentro era discreto e charmoso: volante de dois raios de madeira, o aro da buzina cromado, painel também de madeira com todos os instrumentos necessários e úteis à condução esportiva. A suspensão dianteira era independente, com molas helicoidais, e a traseira tinha eixo rígido e feixe de molas semi-elíticas. Os freios eram a disco na frente e tambor atrás.

A carroceria tinha certa inclinação nas curvas mais acentuadas e saía de traseira, mas nada que comprometesse. Mas se o condutor exagerasse, a traseira fugia de forma impiedosa. Na chuva, era melhor não arriscar. Mas, como se tratava de um conversível, bom mesmo era rodar sem capota e com piso seco. O bom desempenho garantiu vitórias em diversos ralis europeus: o de Genebra em 1964, o da Escócia e o de Monte Carlo em 1965, o International Police Rally na Bélgica no mesmo ano.

Uma versão cupê era disponível desde o Alpine. O Tiger venceu outros ralis europeus, como o de Genebra em 1964 e o de Monte Carlo em 1965

No final de 1964, a Chrysler comprava o grupo Rootes e o futuro do Tiger passava a ser incerto, por causa da mecânica Ford. Mesmo assim, em dezembro de 1966 o motor 260 era substituído pelo do Mustang 289, de 4,75 litros. O Sunbeam passava a ter 200 cv e velocidade final de 200 km/h. Seis meses depois, porém, a produção era interrompida. Foram fabricados 7.100. Provavelmente a Chrysler não se interessou em montar nele um V8 Dodge ou Plymouth.

O Tiger ficou eternizado nas telas: era o conversível que dava uma freada brusca em frente ao prédio do Controle, órgão de agentes especiais contra o crime, onde trabalhava Maxwell Smart, o inesquecível Agente 86. Só que este tinha "acessórios" especiais como assento ejetável, acendedor de cigarros que virava lançador de granadas, escapamento falso com metralhadora...

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