A revolução em Sochaux

O compacto Peugeot 204, que fez longo sucesso,
marcou a estréia da tração dianteira na marca

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A cidade de Sochaux fica a 430 quilômetros a leste de Paris, não muito distante da fronteira com a Suíça. É lá que são produzidos os carros com distintivo do leão, os Peugeots. Nesta também está o museu que conta a história da marca com vários modelos, desde o princípio do século 20.

No começo da década de 60 a empresa contava com os modelos 403, já com o peso da idade, e 404, lançado em 1960. Não tinha um modelo que concorresse com os médio-pequenos da Simca e da Renault ou de outros fabricantes da Europa. Foi assim que nasceu o projeto de um carro de no máximo quatro metros de comprimento, que levasse com conforto cinco passageiros e tivesse velocidade final por volta dos 130 km/h. Pensaram num automóvel de cinco portas, mas depois a decisão recaiu sobre um sedã convencional.

O 204 no ano de seu lançamento, 1965: estilo moderno, motor transversal, suspensão independente e uma aparência frontal que inspiraria os Peugeots posteriores

Em abril de 1965 era apresentado ao público francês o Peugeot 204. Seu desenho tinha inspiração em esboços da Pininfarina, mas toda a realização fora dos projetistas da casa. Um sedã de quatro portas, três volumes, com boa área envidraçada (não tinha quebra-ventos) e linhas modernas e bonitas. Media 3,99 metros e pesava 880 kg. Na frente, dois faróis oblongos, pequenos sinalizadores de direção embaixo e grade cromada. Esta frente influenciaria toda uma gama futura de automóveis como o 504, 304 e 104.

Pela primeira vez a marca do leão utilizava tração dianteira e motor transversal. O motor, todo em alumínio, tinha comando de válvulas no cabeçote, 1.130 cm³ e um carburador Solex, e desenvolvia 53 cv a 5.800 rpm. Detalhe inédito e interessante era que o motor tinha um cárter comum com a caixa de quatro marchas. Sua velocidade final era de 140 km/h e chegava aos 100 km/h em 19 segundos. Muito ágil, agradou desde o princípio aos franceses.

O conversível, assim como o cupê, usava menor distância entre eixos e tinha um agradável apelo esportivo -- um precursor do atual 206 CC

Por dentro era muito confortável. Os bancos dianteiros eram separados e, se fossem colocados para a frente e reclinado todo o encosto, este encostava no assento traseiro, formando uma boa cama de casal para pessoas com até 1,80 m. Este detalhe era importante pois na década de 60, em viagens longas, vários europeus paravam em estacionamentos ou postos de gasolina e dormiam dentro do carro. Continua

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Data de publicação: 9/9/03

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