O painel de madeira nobre tinha instrumentação completa. A chave de ignição ficava no meio. O que sempre destoava era o volante de três raios e desenho muito antiquado. O revestimento dos bancos, que mais pareciam poltronas, como de hábito utilizava couro Connolly e o acabamento era impecável. Atrás dos dianteiros havia pequenas "mesas" em nogueira. O amplo porta-malas abrigava a bateria e um refinado estojo de ferramentas. Que nunca deveriam ser usadas, pois "um RR é perfeito e não estraga"...

O amplo porta-malas trazia um completo jogo de ferramentas, que nunca deveria ser usado, pois um Rolls jamais apresenta defeitos...

A suspensão dianteira era independente, com molas helicoidais, e a traseira tinha feixe de molas semi-elíticas e eixo rígido. Traziam um conforto excelente. As rodas de aço tinham belas calotas e pneus na medida 8,20 - 15. No mesmo ano era lançado um conversível de quatro portas, muito bonito, produzido por outra parceira, a Park Ward. Em 1957 vinha uma limusine com chassi alongado em 10 centímetros. O Cabriolet é o que tem a cotação mais alta entre os Clouds atualmente.

Em 1959 era lançado o Silver Cloud II. As alterações de estilo eram mínimas, mas a estréia de um novo motor, muito mais moderno, foi festejada. O primeiro V8 produzido pela empresa, todo em alumínio, tinha 6.230 cm³ e a potência, apesar de não declarada, era estimada em 200 cv a 4.500 rpm. As válvulas estavam no cabeçote, com comando lateral; a taxa de compressão era de 9:1 e tinha duas bombas elétricas de gasolina.

O conversível da série II: linhas pesadas em comparação a outros europeus e a alguns americanos, mas ainda elegantes e atraentes

O carro conseguia velocidade final de 185 km/h e 0-100 km/h em 11,5 segundos, agora sim um desempenho respeitável. Os freios eram hidráulicos a tambor, com servo-freio. Em 1962 um conversível também se destacava, apesar de as formas parecerem arcaicas perto de alguns americanos ou os Mercedes alemães. Um clássico, mas com linhas pesadas.

Em 1963 chegava o Silver Cloud III. Além do capô com ligeira inclinação e os pára-lamas pouco mais altos, trazia novo grupo ótico para atender às leis americanas, pois a exportação para os EUA era muito importante. Tratava-se de faróis duplos circulares — vários tradicionalistas torceram o nariz por causa da novidade. Opcionalmente podia vir com um teto solar que lhe caía muito bem.

O Silver Cloud III exibia quatro faróis circulares, em um estilo que visava à exportação para os EUA mas não agradou a todos

Um cupê, que em nada lembrava o Cloud II, era simplesmente lindo. Longe de ser um esportivo, por onde desfilava chamava muito a atenção pela elegância. O Saloon Coupé era encarroçado pela famosa empresa James Young. Os Rolls-Royces sempre foram associados a reis, rainhas e nobres. Mas a linhagem dos Clouds também atraíram outras classes sociais, menos abastadas, mas desejosas de status.

A série III saía do catálogo da fábrica em 1966, deixando a nobreza para o novo Silver Shadow, muito mais moderno. Foi um marco na história da Rolls por ter sido o primeiro da linhagem movido por um oito-cilindros em V.

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