O vento e a estrela da Maserati Em
meio a dificuldades financeiras, a marca italiana |
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Bora, um vento gelado e violento que sopra do norte da Europa, e Merak, uma
estrela da constelação de Beta Ursa Maior -- o que teriam em comum? Nada, não fosse a italiana Maserati, que deu estes nomes a dois de seus mais marcantes modelos. |
Com motor V8 central de 310 cv, o Bora alcançava 260 km/h: mesmo andando menos que o Miura e o 365 GTB/4, era um cupê veloz e confortável a um bom preço |
Aproveitando-se do fôlego trazido pela fábrica francesa, a Maserati lançava, no Salão de Genebra de 1971, um novo modelo de alto desempenho: o Bora (pronuncia-se "Borá"). Desenhado pelas mãos de Giorgetto Giugiaro, que havia recém fundado a ItalDesign, era um cupê de dois lugares e motor entre eixos, configuração extremamente em voga no início dos anos 70. O motor V8 central -- único Maserati com essa configuração -- de 4,7 litros, quatro comandos nos cabeçotes e quatro carburadores de corpo duplo Weber DCNF desenvolvia 310 cv a 6.000 rpm. Este motor, projetado por Giulio Alfieri, vinha sendo desenvolvido desde que equipou os modelos de competição de 4,5 litros. O Bora vinha equipado com câmbio de cinco marchas, suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas com controle hidropneumático de alta pressão desenvolvido pela Citroën, o que permitia uma direção segura e prazerosa às altas velocidades providas pelo motor. Sua velocidade final de 260 km/h não era a maior entre os automóveis de série, pois concorria com modelos como o Lamborghini Miura (leia história) e o Ferrari 365 GTB/4 (leia história), mas oferecia ótimo desempenho e muito conforto por um bom preço. |
Embora semelhantes em desenho, o Merak (ao lado) não tinha janelas entre as colunas traseiras, que no Bora compunham um formato fastback |
Era equipado de fábrica com controles elétricos de vidros, ar-condicionado, ajuste hidráulico de altura do banco, volante com regulagens de altura e distância e um exclusivo ajuste hidropneumático da distância dos pedais, herdado da Citroën. Dizia-se na época que não se entrava num Bora, se vestia, tamanho o conforto e a habitabilidade internos. Continua |
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