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Das máquinas de costura
ao motor rotativo

A alemã NSU produziu motos, um alegre conversível e
o avançado Ro80, mas foi extinta pela Volkswagen

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Fundada em 1873, a NSU (Neckarsulm Strickmaschinen Union, fábrica de máquinas de costura de Neckarsulm, na Alemanha) começou a produzir motocicletas em 1901, um modelo de 1,5 cv de potência. Nove anos depois já estabelecia um recorde de velocidade de costa a costa dos Estados Unidos. Chegaria à liderança dessa indústria em 1955, mesmo ano em que um modelo Sportmax 250 foi a única moto de série a vencer um campeonato de velocidade.

Em 1910 a NSU estabelecia recorde de velocidade sobre duas rodas (esquerda); a
produção de motos chegou a este insólito modelo com traseira de veículo blindado militar

Fabricou automóveis e caminhões de 1905 até a década de 20, mas só voltaria a estes veículos nos anos 50. Em 1951, pela recomendação do diretor de competição da marca, Walter Froede, a NSU iniciou contato com o Dr. Felix Wankel, criador do motor rotativo que leva seu sobrenome (saiba mais sobre esta tecnologia).

A parceria logo resultou em uma moto NSU de 50 cm3 com um compressor rotativo Wankel, que soprava ar para o pequeno motor com sobrepressão de 3 kg/cm2, levando a potência a 13,5 cv. Obteve um recorde de velocidade em sua categoria, de 193 km/h, nos lagos salgados de Bonneville, Estados Unidos.

Em 1953 Froede liderava a pesquisa e desenvolvimento da NSU, mas o engenheiro-chefe da empresa era contra o motor rotativo. No ano seguinte, Froede e Wankel convenceram a empresa a levar adiante as pesquisas, para o que Wankel liberaria suas patentes e não cobraria pela consultoria. O criador do motor rotativo contratou seu sócio de longa data, Ernst Höppner, e logo apresentou o modelo DKM 54 de três rotores.

Em 1955 a marca alemã liderou o mercado mundial de motocicletas; o modelo Sportmax 250, ao lado, foi o único de série a vencer um campeonato de velocidade
Os testes começaram em janeiro de 1957, mas Wankel não foi convidado à apresentação do motor, em 1°. de fevereiro, por causa de conflitos com a diretoria da NSU. O DKM 54 ainda usava combustível baseado em metanol, passando a gasolina em abril do mesmo ano. A potência era de 15 cv a 9.000 rpm, mas o motor funcionou por duas horas com 21 cv e, em junho de 1958, resistiu a um teste de 100 horas.

Froede decidiu inverter o desenho do motor, criando o sistema KKM, que logo dominaria as pesquisas. Wankel não gostou da proposta, pois resultava em maior vibração e problemas de vedação, mas reconheceu uma vantagem -- não se precisava desmontar o motor para trocar as velas.

O pequeno Prinz, de 1958, marcou o retorno da NSU ao mercado de automóveis

No fim dos anos 50, os automóveis estavam mais acessíveis na Europa e a NSU voltou a esse mercado com um modelo de dois cilindros convencionais. O primeiro teste com um carro de motor Wankel ocorreu em 1960 e, no mesmo ano, foi apresentada uma versão preliminar do Spider, derivado do modelo Sport Prinz. O discurso de Wankel convenceu até os mais céticos sobre a viabilidade do motor rotativo. Continua

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